Gestor de risco cresce na estratégia das empresas, mostra Ferma
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- Rodrigo Amaral
- 6 de outubro de 2016
- Sem categoria
Pesquisa da federação europeia aponta aumento da importância da função; 46% dos entrevistados ganham mais de R$ 360 mil/ano
Os gestores de riscos europeus estão ganhando importância em suas empresas, participando em um crescente número de decisões estratégicas e cada vez mais reportando diretamente a membros dos conselhos das companhias.
Mas a profissão continua sendo dominada por homens, que constituem quase três quartos dos gestores de riscos europeus, e segue concentrada nas empresas de grande porte.
A boa notícia é que a diversificação está aumentando na profissão, e entre os profissionais com menos de 25 anos já quase há equilíbrio na participação de homens e mulheres no mercado.
Estas são algumas das conclusões do estudo sobre a gestão de riscos e de seguros publicado a cada dois anos pela Ferma, a federação europeia de associações de gestão de riscos.
O estudo, divulgado nesta semana pela organização em um seminário em Malta, também constatou que 46% dos gestores de riscos entrevistados recebem salários superiores a € 100 mil por ano – o equivalente a mais de R$ 360 mil.
Um pequeno grupo, estimado em 7% do total, ganha salários equivalentes ao dobro desse valor.
Principais riscos
“A pesquisa nos mostra que os gestores de risco estão chegando a uma posição em que eles estão ajudando a integrar a gestão de riscos no modelo de negócio e na cultura de suas organizações”, disse Jo Willaert, presidente da Ferma, ao apresentar o estudo.
“Eles estão assumindo uma visão ampla dos riscos das empresas, incluindo o ambiente de negócios de uma forma mais abrangente, e a maioria já se reporta a um membro do conselho.”
A pesquisa apurou que dois terços dos gestores de riscos entrevistados estão subordinados diretamente a membros dos conselhos das empresas. Entre gestores de riscos puros, 26% se reportam aos CFOs, e 16%, aos CEOs. Entre os diretores de seguro, as proporções são de 35% e 12%, respectivamente.
A pesquisa da Ferma também revela que as difíceis condições econômicas da Europa, que já duram quase uma década, ocupam o topo das preocupações da profissão. O tema foi mencionado por 63% dos 634 entrevistados como um dos seus principais riscos; em 2014, esse item ocupava a quarta colocação no ranking.
O segundo principal risco é da continuidade das atividades, que nem aparecia no top 10 em 2014, seguido pela instabilidade política e risco-país.
Segundo a Ferma, o envolvimento dos profissionais de risco em temas estratégicas é ilustrado pelo fato de que 68% dizem ter, entre suas atribuições, a responsabilidade de difundir a cultura de risco por toda a organização.
Além disso, 62% dizem que a gestão de riscos já faz parte da cultura de suas empresas, e 59% estão envolvidos em temas como a gestão da continuidade do negócio e de crises.
Seis em cada dez gestores de riscos entrevistados trabalham em empresas com faturamento superior a € 1 bilhão, e 80%, em companhias com mais de 20 mil empregados.
Mais cyber, menos cativas
A pesquisa também revela alguns fatos interessantes sobre as políticas de transferência de riscos das grandes empresas europeias.
Ela mostra, por exemplo, que a aquisição de apólices de risco cibernético, ainda que em crescimento, continua sendo limitada a umas poucas empresas. Apenas 37% dos entrevistados afirmam ter tais coberturas em suas companhias.
As que adquirem o seguro, porém, tendem a fazê-lo com grandes limites. Mais de dois terços das empresas que compram apólices de risco cibernético adquirem limites superiores a € 50 milhões.
Outra importante revelação é a queda no uso de empresas cativas, que são utilizadas para empresas de grande porte para implementar políticas de altas retenções de risco.
Em 2014, 39% dos entrevistados pela Ferma faziam uso de cativas. Neste ano, a proporção caiu para 34%.
A queda pode ser um efeito do longo mercado brando, que torna altos níveis de retenção menos atraentes, mas também um efeito do endurecimento da legislação sobre empresas cativas por meio de medidas como a diretriz europeia Solvência II e o acordo BEPS, da OCDE.
Clique aqui para ler o estudo em inglês.
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