Fusões e aquisições são negativas para comprador de seguro, diz Amrae
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- Rodrigo Amaral
- 24 de outubro de 2015
- Sem categoria
Uma das principais associações de gestores de risco do mundo alerta para possível oferta menor e alta de preços dos produtos.
A atual onda de fusões e aquisições no mercado internacional não é positiva para os compradores de seguros, segundo uma das principais associações de gestores de risco do mundo.
Segundo a Amrae, que reúne os gestores de riscos da França, a redução do número de empresas no setor pode acabar resultando na redução da capacidade para alguns produtos e, consequentemente, aumento de preços.
“Consolidação do mercado jamais é bom para os compradores”, afirmou um porta-voz da associação durante um briefing com a imprensa em Paris.
O setor de seguros e resseguros viu uma série de operações de fusão e aquisição nos últimos meses, com grandes empresas do setor buscando adquirir rivais de menor tamanho a fim de aumentar suas fontes de crescimento de prêmio.
As operações incluem empresas com importante presença no mercado brasileiro, como a aquisição da Chubb pela Ace, da Catlin pela XL, ou da unidade latino-americana da RSA pela colombiana Suramericana.
Analistas consideram que a onda de aquisições está sendo alimentada pela abundância de capital nos países desenvolvidos, pela busca por presença em mercados emergentes para compensar a estagnação do crescimento de prêmios em economias mais maduras e pelo longuíssimo mercado brando.
O comprador manda
Esse último fator, pelo menos, parece que não vai mudar tão cedo, de acordo com a Amrae.
A associação publicou nesta semana seu mais recente estudo sobre o estado do mercado de seguros corporativos na França e na Europa, no qual constata que os preços das coberturas adquiridas pelas empresas estão em baixa ou estáveis pelo 11º ano consecutivo.
“Não vemos nenhum desenvolvimento notável no mercado”, afirmou o porta-voz da associação, observando que é difícil portanto dizer que os preços tocaram fundo.
A associação chegou à conclusão que apenas um pequeno grupo de linhas de seguros está apresentando aumento de preços eu endurecimento de condições, e em geral devido a fatores pontuais, e não pelas condições gerais do mercado.
Por exemplo, os seguros para frotas de veículos estão em alta há vários anos devido a persistentes resultados técnicos negativos no mercado francês. Setores como a gestão de resíduos e alguns tipos de agronegócio enfrentam altas taxas de sinistralidade, e os preços por esse motivo tendem a subir.
Mas há setores como as coberturas contra atos terroristas que, apesar de recentes ataque ocorridos mesmo na França, apresentam queda de preços graças à abundância de capital que chegou ao segmento nos últimos meses.
Segundo a Amrae, os preços das coberturas de terrorismo chegaram a apresentar 40% de redução nas mais recentes renovações de programas de seguro.
Por outro lado, a associação afirmou que as coberturas contra riscos cibernéticos ainda aparecem não ter evoluído a um ponto que satisfaça ao grosso dos compradores de seguros.
A Amrae constatou em seu levantamento que apenas 15 das 40 maiores empresas listadas na Bolsa de Paris já contrataram apólices contra o risco cibernético.
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