Fusões e aquisições no seguro devem continuar, mostra pesquisa
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- Rodrigo Amaral
- 12 de fevereiro de 2016
- Sem categoria
Compradores visam carteira de clientes e consolidação geográfica; executivos esperam que América Latina registre o terceiro maior número de operações, atrás apenas de EUA e Ásia emergente
A onda de fusões e aquisições no mercado segurador deve continuar nos próximos anos na medida em que um crescente número de empresas afirma estar interessadas em fazer novos negócios, afirma pesquisa da Willis Towers Watson.
De acordo com levantamento feito com 750 executivos de alto escalão em empresas de seguro de todo o mundo, os principais impulsos para as transações são a busca de novas fontes de receita e a consolidação geográfica de operações já existentes. A expansão para novos países já não é mais um dos principais motivadores, segundo o levantamento.
Os dois motivos apontados parecem refletir a tendência vista no mercado de seguro corporativo brasileiro, onde multinacionais já presentes no país, como a AXA e a Chubb (antiga ACE), realizaram aquisições nos últimos anos.
Quem foge desta tendência, porém, são os grupos asiáticos, que cada vez mais buscam aumentar sua presença em novos mercados. É o caso de seguradoras japonesas, que realizaram uma série de compras de ativos nos Estados Unidos e outros países nos últimos anos.
Mais de um terço dos executivos entrevistados disseram que esperam ver uma onda de F&A na América do Norte nos próximos anos, enquanto 32% escolheram a Ásia emergente. A América Latina aparece como a terceira região mais cotada para possíveis transações, com 15% das respostas.
A região também aparece como aquela onde as empresas mais precisam vencer a competição de companhias de outros países a fim de fechar uma aquisição. Em 72% das transações na região, as compradoras afirmam que investidores estrangeiros estavam interessados no mesmo ativo.
Recorde
Em 2015, o mercado de fusões e aquisições no mercado global de seguros atingiu um patamar jamais visto ao movimentar US$ 143,5 bilhões, de acordo com o estudo. O número foi três vezes superior ao total de 2014.
A onda não deve parar por aí. Mais de 80% dos executivos entrevistados afirmaram que esperam fechar uma aquisição nos próximos três anos. A proporção chega a mais de 90% na América Latina, onde 56% também afirmaram que devem firmar algum tipo de joint venture no período.
A onda de transações ocorre em um ambiente macroeconômico caracterizado pela abundância de dinheiro vivo no caixa das empresas e de dinheiro barato nos mercados financeiros, resultante das baixas taxas de juros praticadas nos países desenvolvidos.
Mas a pesquisa aponta que alguns fatores específicos ao mercado de seguros também estão dando um impulso às fusões e aquisições.
O principal motivador das transações tem sido a busca de novas fontes de receita, especialmente pela adição do portfólio de clientes da empresa adquirida. Isso faz com que uma das principais prioridades das empresas compradoras seja a retenção e satisfação da clientela trazida pela nova unidade.
Esta é uma maneira de aumentar o negócio em um setor onde uma competição acirrada em quase todos os segmentos tem tornando o crescimento orgânico uma tarefa bastante complicada, aponta o estudo.
Outro fator de atração para os compradores é o controle de redes de distribuição inovadoras, com as plataformas digitais recebendo cada vez mais atenção.
Na América Latina, a existência de uma rede de distribuição própria é um dos fatores mais importantes para motivar uma aquisição. O mesmo vale para a América do Norte e os países emergentes da Ásia, mas na Europa Ocidental e no Oriente Médio são os canais digitais que exercem maior influência.
Empresas que possuem bom domínio de técnicas analíticas são alvo privilegiado para aquisição nas Américas, afirma o estudo, especialmente na área de não-vida.
Ásia em alta
Em alguns mercados, como os Estados Unidos, há uma tendência à consolidação de mercado, por exemplo na área de seguro saúde. Mas a concorrência pelas empresas que podem ser alvos de aquisições é elevada, o que têm acarretado a alta dos preços dos ativos e o fechamento de várias megatransações no último ano.
Foi o caso da compra da americana Chubb pela suíça ACE por US$ 28 bilhões e da aquisição da Humana pela Aetna, ambas seguradoras de saúde americanas, por US$ 37 bilhões.
A região que desperta maior interesse em termos de fusões e aquisições é a Ásia. Operações em que a empresa adquirida fica em um país asiático aumentaram 500% em 2015, chegando a US$ 21,2 bilhões, segundo o estudo.
Já as transações em que os compradores são seguradoras, resseguradoras ou investidores de capital de risco asiáticos aumentaram 600% para atingir US$ 48,1 bilhões.
Muitas vezes, estas empresas adquirem rivais europeias, por exemplo, com o objetivo de adquirir novas tecnologias, e não necessariamente têm foco na carteira de clientes.
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