O IRB Brasil Re fechou o ano de 2017 como a resseguradora listada em Bolsa mais rentável do mundo, em um ranking elaborado pela corretora Willis Re.
Com significativo aumento no volume de prêmios e baixa exposição a perdas catastróficas, a resseguradora brasileira fechou 2017 com níveis de rentabilidade oito vezes superior à média do mercado.
De acordo com a Willis Re, o IRB Brasil teve um índice de retorno sobre o patrimônio líquido (RoE na sigla em inglês) de 27,2%. O RoE das 33 resseguradoras analisadas pela Willis Re ficaram, em média, em 3,4%.
O desempenho da brasileira foi muito superior à da secunda colocada, RGA Re, com 22,7%, e da terceira, Fairfax, com 15,5%.
Em geral, o ano foi duro para o mercado ressegurador, com as perdas catastróficas recordes, modestas taxas de performance de investimento e uma acirrada resistência do mercado a permitir quaisquer aumentos de preços.
Com isso, grandes empresas do setor reportaram níveis de rentabilidade abaixo da média. Foi o caso da Munich Re (1,3%) e Swiss Re (0,9%).
A perda de rentabilidade também pode dar pistas a respeito de empresas que podem ser alvo de operações de fusão e aquisição nos próximos meses.
Companhias que foram recentemente adquiridas por rivais de maior porte desempenho negativo no ano passado, como a Validus (RoE de -1,2%), que foi comprada pela AIG, e a XL Catlin (-5,3%), que foi adquirida pela Axa.
Rumores que correm no mercado sobre futuras operações do tipo envolvem companhias que também tiveram performances complicadas em 2017, como a Aspen Re (RoE de -7,9%).
Perdas catastróficas
Ao todo, as resseguradoras listadas pela Willis Re tiveram um lucro líquido de US$ 12 bilhões em 2017. Trata-se de uma queda de quase 55% na comparação com os US$ 26,6 bilhões registrados em 2016.
A situação teria sido ainda mais precária caso a resseguradora Fairfax não houve registrado um ganho excepcional de US$ 2,6 bilhões graças à venda de duas subsidiárias, entre outros fatores não repetíveis.
Um fator a limitar a performance das resseguradoras foi o fraco desempenho de seus portfólios de investimento, que renderam parcos 2,9% em 2017.
O volume de prêmios emitidos pelo grupo de resseguradoras aumentou 11,3%, batendo em US$ 285 bilhões, mas o crescimento foi solapado pelo aumento ainda mais expressivo da sinistralidade.
De acordo com a Willis Re, o índice combinado das resseguradoras pesquisadas fechou o ano em 107,4%. As perdas totais cobertas pelas empresas foram de US$ 144 bilhões, dos quais US$ 138 bilhões corresponderam a catástrofes naturais.
Em 2016, as perdas catastróficas se resumiram a US$ 48 bilhões, levando a um índice combinado de 92,9%
O IRB Brasil foi a resseguradora do grupo com menor índice combinado, de 80%. No lado oposto do ranking veio a Rennaissance Re, com 137,9%.
Fluxo incessante
A Willis Re também nota que, apesar das fortes catastróficas do ano passado, o capital segue ingressando no mercado de resseguros.
Entre as 33 empresas pesquisadas, o patrimônio combinado detido pelos acionistas chegou a US$ 371 bilhões, o que corresponde a um incremento de 7,8% no período de um ano.
Com preços em baixa e capital na mão, as resseguradoras devem continuar buscando diversificar suas fontes de crescimento, estima a Willis Re.
Isso significa mais incursões no mercado primário e também em linhas de seguro com potencial de crescimento como riscos cibernéticos, seguros de vida e de saúde e seguros de hipoteca.