Antes da tempestade, pense no restabelecimento das operações
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- por Alfredo Chaia*
- 25 de janeiro de 2016
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Noé já mostrou com o dilúvio: planos de contingência e emergência podem salvar o mundo — ou a empresa —, mostra diretor da AIG.
Diz-se por aí que Noé foi o primeiro homem da história a mitigar riscos, com um Plano de Emergência — e um Plano de Contigência. Ao construir a arca antes do dilúvio, não somente ele evitou uma crise – leia-se o fim dos tempos – como previu como restabeleceria a ordem na Terra, no mundo humano e animal.
Pois bem, correndo alguns anos na História e trazendo essa passagem para o cenário factível e corporativo, sabemos que o tempo para restauração dos processos e do modus operandi após sua interrupção pode ser estimado tendo em mente o tipo, classe de risco e ocupação, bem como os impactos relacionados que podem aumentar o tempo necessário para o restabelecimento.
Os planos de emergência e de contingência na gestão de riscos devem ser elaborados considerando duas referências fundamentais, definidas a partir de análises bem estudadas: Recovery Time Objetive (RTO) e o Maximum Tolerable Outage (MTO).
O tempo de recuperação (RTO) é um alvo específico estabelecido pela equipe de gestão para a retomada do negócio, ou seja, para a recuperação dos sistemas ou da tarefa específica após um evento de interrupção. Essa métrica é específica para operação de negócios e é geralmente baseada em uma análise de impacto sobre as empresas, sua tolerância ao risco, e potenciais rupturas em sua atividade comercial.
Por sua vez, a indisponibilidade máxima tolerada (MTO) analisa o impacto aos negócios, também se relacionando com o plano de continuidade de negócios, representando a duração de um evento de interrupção, após o qual a viabilidade de um negócio ou cliente será irrevogavelmente ameaçada se a produção e/ou prestação de serviços não puderem ser restaurados.
Diversos fatores afetam o período de tempo de restauração, como impacto ambiental, remoção de escombros, tipo de ocupação, equipamentos projetados sob medida, prazos longos para fornecimento de materiais, entre outros coeficientes.
A análise do desempenho da organização e a tomada de decisão referente ao gerenciamento dos riscos devem considerar o conjunto dos subsistemas e suas inter-relações de forma mais complexa que antes. A análise da dimensão deve cercar os riscos operacionais — inclusive os globalizados, não se limitando a riscos econômicos, políticos ou logísticos.
Alguns fatores contribuem de melhor forma para o sucesso da gestão de riscos relacionados aos danos consequentes. É sabido que devemos conceituar todos os cenários possíveis, evitando o excesso de estimativa de resiliência e de recursos de back-up. Produzir um documento formalizando os procedimentos, responsabilidades e recursos, além de organizar testes regulares são práticas sadias que uma empresa deve seguir nos tempos modernos. Talvez o plano de contingência de Noé não fosse tão elaborado, mas podemos fazer valer a tecnologia e capital humano da nossa atualidade!
*Alfredo Chaia é Diretor da AIG Consultoria Brasil. Este artigo encerra a série em que o executivo analisou gestão de riscos nas empresas.
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