AM Best vê aumento de apólices específicas contra risco 'cyber'
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- Rodrigo Amaral
- 27 de junho de 2017
- Sem categoria
Análise do mercado americano, o maior do mundo, mostra que mais de 2/3 dos prêmios são subscritos em contratos 'standalone'
Risco cyber. Precisamos falar sobre isso. Na medida em que aumenta a demanda por seguros contra riscos cibernéticos, o mercado está oferecendo cada vez mais coberturas específicas para lidar com esse risco. A informação é da agência de classificação de risco AM Best.
Relatório da empresa mostra que mais de dois terços dos prêmios de riscos cibernéticos subscritos nos Estados Unidos já são emitidos em apólices “standalone”. Ou seja, dedicadas unicamente a cobrir ataques cibernéticos. Assim como quebras de sistemas e outros incidentes relacionados ao segmento.
A análise se baseia em estatísticas coletadas pela NAIC. Trata-se de uma associação de reguladores do mercado de seguros. De acordo com estes dados, o mercado americano de seguros cibernéticos, que é o maior do mundo, chegou a US$ 1,34 bilhão no final de 2015.
Deste total, 67,8% foi subscrito por meio de apólices “standalone”. O restante se refere a coberturas contra riscos cibernéticos incluídas em outros tipos de apólices.
Dessa forma, a AM Best considera que a tendência de aumentar a ênfase em apólices específicas é benéfica para o setor de seguros. Uma vez que, até recentemente, incidentes cibernéticos acabavam sendo cobertos por outros tipos de coberturas. Como as de responsabilidades civil, lucro cessante ou D&O.
Justiça
Com frequência, observa a agência, os casos acabam sendo resolvidos na Justiça. Caso em que os tribunais tendem a dar razão aos compradores, caso não houvesse exclusões específicas nas apólices.
Porém, entre gerentes de riscos de grandes empresas, ainda existe uma certa resistência quanto à ideia de comprar apólices específicas para riscos cibernéticos. Uma vez que muitos acreditam que vários riscos cobertos por elas já estão contemplados por seus programas de seguros de bens e propriedades.
Contudo, profissionais de multinacionais consultados pela Risco Seguro Brasil também dizem ter observado uma queda significativa dos preços das apólices standalone. Além de uma crescente disposição a aumentar limites. Ainda que estes sigam estando abaixo do ideal.
No Brasil, empresas como a AIG, XL e, mais recentemente, a Zurich anunciaram estar comercializando coberturas par riscos cibernéticos.
Risco cyber: ranking
De acordo com o levantamento da AM Best, a maior seguradora de riscos cibernéticos nos Estados Unidos, ao final de 2015 foi a AIG. Acumulou US$ 228,3 milhões em prêmios diretos. A totalidade dos quais em forma de apólices específicas.
Na segunda colocação vem a XL Catlin. Somou US$ 160,8 milhões, também totalmente em forma de apólices “standalone”.
A terceira colocada, Chubb, apresenta uma estratégia diferente. Já que quase 74% de seus US$ 133,6 milhões prêmios de seguros cibernéticos estão incluídas em outras apólices.
O top five é completado pela Travelers (US$ 92,2 milhões). Seguido pela Beazley (US$ 83,9 milhões).
Concentração
O mercado segue bastante concentrado, uma vez que as cinco maiores empresas detêm 52,1% do mercado. Isso segundo os números da NAIC mastigados pela AM Best. As dez maiores empresas abocanham 71,7% de todos os prêmios (ver quadro acima).
A AM Best espera que um número pequeno de subscritores domine o mercado de riscos cibernéticos não só nos Estados Unidos. Mas globalmente. Isso devido às dificuldades inerentes a este segmento. Como a complexidade dos modelos de agregação de riscos.
A Travelers obteve um crescimento de 41,8% no volume de prêmios cyber em 2015,. Foi o mais elevado entre as cinco primeiras, seguida pela XL Catlin, com 41,7%.
Se a análise é estendida para as dez maiores, o destaque fica para a BCS Insurance Company. É a oitava no ranking, cujo volume de prêmios chegou a US$ 55,4 milhões após crescimento de 287%.
A Liberty Mutual, número sete na classificação, também se destacou. Obteve 197% de crescimento, chegando a US$ 56,4 milhões em prêmios de riscos cibernéticos.
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