O ano que pode quebrar recorde de perdas catastróficas
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- Rodrigo Amaral
- 28 de setembro de 2017
- Sem categoria
Fitch estima que acúmulo de prejuízos pode chegar a US$ 190 bilhões e afetar reservas de algumas seguradoras
Sim, são perdas catastróficas. Pois o acúmulo de eventos catastróficos dos últimos meses pode levar a perdas seguradas de até US$ 190 bilhões em 2017. Isso de acordo com a agência de avaliação de crédito Fitch.
Neste caso, as perdas acumuladas podem ter um impacto significativo sobre as reservas de capital de seguradoras e resseguradoras. Assim afetando suas avaliações de risco, conforme afirmou a empresa em uma nota.
Nos últimos dois meses, os Estados Unidos e o Caribe foram afetados pelos furacões Harvey, Irma e José. Na última semana, outro furacão, o Maria, causou grande devastação no Caribe e no território americano de Porto Rico.
Além disso, dois fortes terremotos atingiram o México em setembro. O segundo dos quais destruiu propriedades na Cidade do México, capital e principal centro econômico do país.
Por motivos variados, apesar das grandes perdas econômicas causadas, nenhum dos eventos foi suficiente para, sozinho, afetar as reservas do mercado de seguros.
Porém, a indústria pode sentir os efeitos da agregação de perdas seguradas. Segundo a Fitch, elas devem superar US$ 100 bilhões.
No cenário mais negativo, o número pode ser de até US$ 190 bilhões. Nesse caso, será uma das maiores perdas já sofridas pela indústria de seguros e resseguros em um só ano.
Maria
Em sua nota, a Fitch cita estimativas da empresa de modelação de riscos Air Worldwide. Segundo a qual o furacão Maria terá causado perdas asseguradas de até US$ 85 bilhões.
O Maria foi especialmente destruidor em Porto Rico. Na região, matou 16 pessoas de acordo com as últimas estimativas.
O custo do Irma, que atingiu a Flórida e o Caribe, é estimado em US$ 50 bilhões, e o do Harvey, em US$ 25 bilhões.
Já os terremotos do México devem custar US$ 3 bilhões ao setor. Dessa forma, a esses números devem-se somar os US$ 20 bilhões em perdas no que foi um benéfico. Porém já distante primeiro semestre para a indústria.
A Fitch estima que as empresas de seguro patrimonial dos Estados Unidos, mais afetadas pelos eventos catastróficos, acumulam cerca de US$ 700 bilhões em reservas de capital regulatório.
Já a indústria global de resseguros, que vai absorver parte do baque, tem outros US$ 600 bilhões, incluindo fontes de capital alternativo.
Estes números mostram que, ainda que as perdas acumuladas se confirmem no ponto mais alto das estimativas, a indústria tem capital suficiente suficiente para absorvê-las.
Mas as perdas são de tal magnitude que empresas individuais mais expostas aos furacões e terremotos podem ver suas reservas de capital afetadas.
Em alguns casos, segundo a Fitch, esse pode resultar no corte das avaliações de risco de crédito dessas companhias. As mais expostas são seguradoras locais de Porto Rico e da Flórida.
A empresa cita, no caso portorriquenho, a Universal, que faz parte do grupo Mapfre entre as seguradoras patrimoniais com maior parcela do mercado.
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