Seguro para reputação cobre gestão de crise e perdas financeiras
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 16 de maio de 2019
- Sem categoria
O tema é seguro para reputação sobre gestão de riscos e perdas financeiras?
Com os riscos reputacionais em alta, o mercado global de seguros está oferecendo um número crescente de coberturas. Dessa forma, ajudam as empresas a reconstruir sua imagem após um escândalo.
Tais coberturas incluem a contratação de empresas de Relações Públicas e de mídia. Assim, tem como objetivo, disseminar a versão da empresa. Isso, além de consultores em gestão de crises, advogados e outros profissionais que podem custar os olhos da cara.
Segundo a corretora Aon, essas coberturas já existem no Brasil. Especialmente como complemento a apólices de seguros como D&O e cibernéticos. (Clique aqui para saber mais.)
Por exemplo, no exterior, já há coberturas mais amplas. Da mesma forma, elas também ressarcem o segurado por perdas financeiras resultantes de um evento reputacional.
E novidades começam a se espalhar. É o caso de uma apólice direcionada a pequenas e médias empresas. Além de outra que utiliza técnicas de seguros paramétricos para avaliar o dano reputacional sofrido pelo cliente.
Sob medida
As apólices de seguro reputacional existentes no mercado em geral são destinadas a grandes clientes. Acima de tudo, eles buscam capacidades às vezes superiores a US$ 100 milhões.
Para isso necessitam negociar com consórcios de subscritores. Da mesma forma, mesmo as empresas mais atuantes no segmento oferecem limites inferiores a esse valor.
Por exemplo, a londrina Tokio Marine Kiln. Trata-se de uma das mais ativas seguradoras na área de reputação de empresas. Assim, ela se dispõe a prover limites de até US$25 milhões para apólices. E incluem tanto a cobertura de medidas reativas, como a contratação de consultores, quanto os danos financeiros sofridos pelo cliente.
De acordo com Paul Gooch, subscritor de riscos reputacionais da empresa, apesar da disponibilidade das apólices standalone. “É mais comum hoje os clientes quererem coberturas complementares às de riscos cibernéticos”, disse à Risco Seguro Brasil.
O que está alimentando essa demanda é o aumento da exposição causada pelas obrigações de reporting impostas por leis de proteção de dados na Europa, Califórnia, Nova York e outras jurisdições.
Ajustado ao cliente
As apólices são ajustadas às características de cada cliente, já que variados tipos de sinistros podem causar dano reputacional a empresas que trabalham em setores diferentes.
A apólice é acionada quando um evento danoso à reputação da empresa repercute na TV, rádio, jornais e outros meios de comunicação. Má publicidade em mídias sociais como Twitter, Facebook e Yelp também são cobertos.
Coberturas mais comuns
Tipos de cobertura comuns nas apólices incluem a violação de dados de terceiros, enfermidades causadas por alimentos produzidos pelo cliente, funcionários que agem de condenável e prejudicam o nome da empresa e o recall de produtos faltosos.
Mas há também casos originais como o de um cliente da TKM que constrói edifícios inteligentes e temia o efeito em sua marca de eventuais ataques cibernéticos contra seus prédios.
A empresa argumentou que sua reputação pode ser afetada ainda que a mídia não reporte o evento. Bastaria que seus inquilinos se inteirassem do fato para causar prejuízos. A TKM aceitou o argumento, afirmou Gooch.
Perdas financeiras
Empresas como a TKM também aceitam cobrir as perdas financeiras causadas por eventos reputacionais, o que levanta a questão de como calcular estes prejuízos.
O desafio é isolar as perdas ligadas a escândalos de outros fatores como a desaceleração do mercado, má gestão etc.
”Estimar perdas financeiras depois de um evento reputacional não é tão simples como calcular um sinistro de seguro patrimonial, mas tampouco é tão complicado quanto muita gente pensa”, disse ele.
“Uma vez que entendemos como o cliente gera seu faturamento, podemos elaborar um wording que reflete de maneira efetiva a perda reputacional. Além disso, a maioria das empresas monitora seu faturamento recorrente mensal. Podemos então distribuir esses dados em um cronograma e calcular quaisquer reduções materiais no ritmo de aquisição de novos clientes ou aumentos no ritmo de perdas de clientes. Assim podemos calcular a redução do faturamento bruto após um evento de mídia negativo.”
Seguro paramétrico
Outra maneira de estimar as perdas financeiras foi bolada pela Steel City Re, uma agência de seguros de Pittsburgh (EUA) que é especializada em coberturas reputacionais.
A empresa desenvolveu um índice que mede o valor da reputação e sua capacidade de reagir de maneira efetiva a crises de imagem.
A empresa recolhe dados dos relatórios financeiros períodicos das empresas e os introduz em um modelo matemático que, segundo o CEO Nir Kossovski, é até utilizado por alguns hedge funds para informar suas decisões de investimento.
“O dano reputacional pode afetar o custo do crédito para a empresa, seu valor de mercado, os volumes de vendas, as margens de lucro, o recrutamento e retenção de talento e outras variáveis que normalmente não relacionamos à marca”, explicou Kossovsky.
As coberturas oferecidas pela Steel City Re, que utiliza capacidade do Lloyd’s londrino, são aciondas quando o índice de reputação do cliente cai abaixo de valores considerados críticos, sem necessidade de ajuste por parte dos subscritores.
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