Seguro para empresas cresce abaixo da inflação em 2016
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- Rodrigo Amaral
- 22 de fevereiro de 2017
- Sem categoria
Ramos como Riscos Diversos, RC Profissional e RC Ambiental têm desempenho positivo, mas de maneira geral setor reflete efeitos da crise
O mercado de seguro para as empresas cresceu abaixo da inflação em 2016, refletindo a difícil situação econômica enfrentada pelo setor.
Análise feita pela Risco Seguro Brasil com os dados referentes a 38 linhas de seguros empresariais disponibilizados pela Susep mostra que os prêmios acumulados aumentaram 5,12% no ano passado, comparado com uma inflação de 6,29% calculada pelo IBGE.
Em 2015, o crescimento fora de 6,62%. De acordo com a CNseg, o mercado de seguros como um todo, incluindo as linhas individuais e planos de pensão, expandiu-se em 9,2% no ano passado.
Assim, das linhas de seguros analisadas, apenas 17 conseguiram bater a inflação em termos de aumentos de prêmios. Portanto, quinze segmentos mostraram recuo no volume de prêmios de seguros.
Da mesma forma, a lista dos que encolheram em 2016 inclui o segmento de Riscos Nomeados e Operacionais. Igualmente, o segmento responde por 17% do mercado. Todavia, fechou 2016 0,3% menor do que em 2015.
O segundo maior segmento, Compreensivo Empresarial, também cresceu abaixo da inflação (2,3%), enquanto o terceiro colocado no ranking, Riscos Diversos, teve um desempenho bem mais notável, crescendo 15,12%.
Seguro para empresas por ramo
Entre as dez maiores linhas empresariais, o seguro Garantia para o setor público, que expandiu em quase 30% em 2016, teve o melhor desempenho, seguido por Tranporte Nacional, com quase 14%.
Mas a maioria das grandes linhas ficou abaixo da inflação, com Transporte Internacional (-6,3%) e Crédito Interno (-2,57%) puxando a rabeira.
O levantamento não inclui seguros agrícolas nem as linhas de seguro de vida coletivas adquiridas pelas empresas.
Os três segmentos que apresentaram maior evolução no ano passado foram seguros ligados aos transportes: Operador de Transporte Multimodal (76,7%), RC Hangar (75,3%) e RC Transporte Ferroviário de Carga (52,05%).
O seguro Global de Bancos, por sua vez, expandiu quase 45%. Linhas de responsabilidade nas quais o setor deposita esperanças de crescimento, como RC Profissional e RC Ambiental, também tiveram boa performance, com 29,2% e 21,5% de evolução positiva.
Já algumas linhas foram claramente afetadas pela crise econômica, além das vicissitudes enfrentadas por alguns setores específicos da economia. É o caso dos Riscos de Petróleo, que encolheram mais de 10%, o Crédito à Exportação (-7,2%), o Crédito Interno e o Transporte Internacional.
Sinistralidade
Outro efeito da crise no seguro para empresas foi a redução da sinistralidade nos setores pesquisados. A experiência internacional mostra que períodos de desaceleração econômica causam uma redução dos níveis das perdas nas linhas de seguros para empresas.
Em 2015, a sinistralidade das 38 linhas analisadas chegou a 71%, enquanto que em 2016 foi de 46%.
O efeito da fraca atividade econômicas pode explicar em grande parte porque a sinistralidade na maior das linhas empresariais, a de Riscos Nomeados e Operacionais, caiu de 107% para 34% no período de um ano.
No Compreensivo Empresarial, a redução foi de 57% para 50%, enquanto que nos Riscos Diversos foi de 35% para 24%.
Mas a queda da sinistralidade também pode ser atribuída a um maior cuidado dos subscritores na hora de trabalhar em algumas linhas onde o nível de risco aumentou sensivelmente no último ano.
Um exemplo claro é o dos seguros D&O, onde a sinistralidade passou de 47% para 38%. O segmento vem se mostrando cada vez mais seletivo como resultado da operação Lava Jato.
A linha de RC Profissional apresentou uma melhoria de 23 pontos na sinistralidade (de 61% para 38%), enquanto que a de RC Ambiental passou de 54% para apenas 16%. Mais uma vez, isso pode ser uma prova de maior rigor de subscrição após o desastre da Samarco, no final de 2015.
O maior aumento da sinistralidade ocorreu no ramo de Operador de Transporte Multimodal, onde chegou a 361%, comparado com 186% no ano anterior.
Mas os números deste segmento em particular tendem a se mover de forma violenta devido ao pequeno volume de prêmios envolvidos. Com apenas R$ 2,6 milhões de prêmios de seguros ao final de 2016, trata-se do segundo menor ramo analisado por Risco Seguro Brasil.
As linhas incluídas no levantamento:
Compreensivo Empresarial
Lucros Cessantes
Riscos de Engenharia
Riscos Diversos
Global de Bancos
Riscos Nomeados e Operacionais
Riscos de Petróleo
Riscos Nucleares
Satélites
D&O
Responsabilidade Civil (RC) Ambiental
RC Geral
RC Profissional
Transporte Nacional
Transporte Internacional
RC Ônibus
RCFV Ônibus
RC Transportador de Carga em Viagem Internacional
RC Transporte Ferroviário de Carga
RC Viagem Internacional de Pessoas
RC Transporte Aéreo de Carga
RC Transporte Rodoviário de Carga
RC Transporte Desvio de Carga
RC Transporte Aquaviário de Carga
RC Operador de Transporte Multimodal
Stop Loss
Crédito Interno
Crédito à Exportação
Garantia Segurado – Setor Público
Garantia Segurado – Setor Privado
Seguro Compreensivo de Operadores Portuários
RC Facultativo para Embarcações
Marítimos (Cascos)
DPEM
RC Facultativo para Aeronaves
Aeronáuticos (Cascos)
RC Hangar
Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo
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