Retenção em alta mostra resseguro mais maduro, aponta Terra Brasis
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- Oscar Röcker Netto
- 17 de julho de 2017
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Estudo sobre o estado do setor considera que crescimento de prêmios com operações no exterior é outro sinal positivo para o mercado
O nível de retenção das resseguradoras locais no Brasil passou de 30% a 40%, entre 2011 e 2014, para 40% a 50% no últimos dois anos. O que representa mais um sinal de amadurecimento do mercado brasileiro. A análise é da Terra Brasis.
Após dez anos de abertura do setor no país, o capital somado das demais locais fica próximo ao do IRB, antigo monopólio e líder absoluto do setor. É o que aponta o Terra Report, estudo de mercado recém publicado. “Este feito não deve ser menosprezado”, nota Rodrigo Botti, diretor-geral da resseguradora, na introdução do trabalho.
Segundo a Terra Brasis, a capacidade estimada de retenção do mercado é de R$ 13,5 bilhões. Sendo que são aplicados atualmente R$ 5,5 bilhões. Dessa forma “Existe significativo espaço para maior retenção de risco no mercado local”, diz Botti.
Em contrapartida, após a abertura, 15 resseguradoras locais se instalaram no país. Segundo o estudo, o capital somado delas chega a R$ 3,6 bilhões. Enquanto o capital do IRB é de R$ 3,1 bilhões. Assim, “Em dez anos o capital alocado em resseguros foi dobrado”, aponta o estudo. “Concluímos que as resseguradoras locais encontram-se com ampla capacidade de expansão.”
Made in Brazil
Contudo, para a resseguradora, outro sinal de amadurecimento é a continuidade de crescimento dos prêmios com origem no exterior. Afinal, nos 12 meses terminados em março deste ano, houve incremento de 25% desses prêmios nas locais. Saltou para R$ 1,6 bilhão, em relação ao mesmo período anterior. “Igualmente o mercado local está em ótima posição para exportar resseguro”, avalia o diretor.
Todavia, no início deste ano a alta foi mais forte. Foi 64% maior no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016.
Assim, no trimestre, os prêmios de resseguros vindo de cedentes brasileiras cresceu 11%.
Mercado geral
Nos prêmios totais (com cedentes brasileiras e estrangeiras), 72% vieram do Brasil nos 12 meses finalizados em março.
Neste período, o volume total de prêmios de resseguro (bruto de comissão) somou R$ 10,5 bilhões, 2,7% a mais em comparação com o período anterior. Para a Terra Brasis, trata-se de um “comportamento estável” do mercado.
Cedentes brasileiras representaram R$ 7,6 bilhões do volume de negócios. Sendo o IRB Brasil Re responsável por 45% desse resultado.
No primeiro trimestre do ano, o prêmio emitido pelas resseguradoras locais bateu em R$ 2,37 bilhões (R$ 1,38 bilhão só do IRB). Resultado 19% a mais do que no mesmo trimestre de 2016.
Dessa forma, a sinistralidade teve queda expressiva nos 12 meses finalizados em março. Registrando 56% contra 101% no mesmo período anterior. No primeiro trimestre, ela foi de 47%.
Retenção legal
A Terra Brasis lembra que em 2015 houve mudança na legislação. De forma a retornar gradativamente os patamares pré-mudanças estabelecidas em 2011 “em decorrência do comportamentos de alguns participantes [do mercado] não condizentes com o espírito da regulamentação”.
O objetivo era limitar as operações intra grupo. E fixou-se na época que 40% dos prêmios de resseguros deveriam ser ofertados no mercado local.
As mudanças mais recentes estabeleceram que até 2020 a oferta preferencial a resseguradores locais cairá gradativamente. Até chegar a 15%. Sendo que em 2017 este patamar fica em 30%.
Clique aqui para acessar o Terra Report na íntegra.
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