Renovações de abril repetem queda moderada de preços
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- Rodrigo Amaral
- 6 de abril de 2017
- Sem categoria
Aon Benfield espera que compradores continuem em posição de vantagem no meio do ano; Willis Re vê reduções menos aceleradas
Seguro e resseguro: as renovações de abril mostram que o mercado continua favorável aos compradores, de acordo com levantamentos feitos por corretoras globais.
De acordo com relatório divulgado em 5 de abril pela Aon Benfield, os preços de resseguros voltaram a apresentar queda no mês de abril.
As quedas se devem sobretudo à grande oferta de capacidade no mercado de resseguros. Situação que ajudou a segurar as pressões por tarifas mais elevadas. Isso apesar de um leve aumento na demanda por parte das entidades cedentes.
A Aon Benfield espera que novas reduções de preços sejam obtidas pelos compradores de resseguros nas renovações de junho e julho.
Mas a Willis Re afirma que o ritmo das quedas de preços continua se desacelerando. Assim confirmando tendência observada nas renovações de janeiro.
Enquanto em trimestres anteriores era comum ver reduções de “duplo dígito” nas tarifas de resseguros, agora elas tendem a ficar abaixo de 10%. É o que afirma a empresa em seu relatório trimestral.
Ambas as empresas afirmam que os cedentes estão buscando aumentar seus limites de cobertura no que pode ser um reflexo do maior clima de insegurança geopolítica e econômica prevalente hoje no mundo.
Capital de sobra
Uma tendência que segue clara no mercado é a contínua chegada de mais capital para a transferência de riscos seguráveis.
Segundo a Aon Benfield, ao final de 2016 havia US$ 595 bilhões de capacidade disponível no mercado. É a maior marca desde pelo menos 2006.
O aumento com relação a 2015 foi de 5%. O principal destaque ficou por conta do capital trazido por investidores em veículos de transferência de risco alternativos. Os chamados investimentos ligados aos seguros, ILS, que aumentou 13% no ano passado.
O mercado de ILS chegou a US$ 81 bilhões em 2016. Comparado com US$ 72 bilhões no ano anterior. No mercado tradicional, o aumento de capital foi de 4%, chegando a US$ 514 bilhões.
Setor atraente
Os números mostram que, apesar das dificuldades causadas pelo longo mercado brando, o mercado de resseguros continua oferecendo uma alternativa atraente para investidores institucionais. Um mercado que busca diversificação em tempos de instabilidade.
A entrada de capitais no mercado alternativo se acelerou no último trimestre de 2016. A tendência de alta se manteve nos três primeiros meses de 2017, segundo observadores do mercado.
Além disso, as resseguradoras tradicionais continuam apresentando boa performance. Mesmo apesar de lucros menores. Entre 23 empresas monitoradas pela Aon Benfield, o índice de retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi de 8,4% no ano passado, um nível aceitável apesar de ter caído pelo terceiro ano consecutivo.
Ainda segundo a AOn Benfield, as perdas catastróficas globais atingiram US$ 7,6 bilhões no primeiro trimestre, que está abaixo tanto do primeiro trimestres de 2016 quanto da média do período nos últimos dez anos.
A Willis Re, por sua vez, afirma que as resseguradoras estão se mostrando cada vez mais dispostos a reportar menores aumentos de prêmios, tomando menos riscos que estão a preços considerados baixos demais.
A empresa também observa que o primeiro trimestre foi difícil especialmente para a nova capacidade que chegou ao mercado, uma vez que os atuais players mostraram forte capacidade de retenção de negócios.
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