Preço do seguro corporativo cai há 12 trimestres consecutivos, mostra Marsh
- 842 Visualizações
- Rodrigo Amaral
- 25 de agosto de 2015
- Sem categoria
Queda na América Latina ocorre há mais tempo que no resto do mundo, que registra baixa há 9 trimestres; S&P não vê mudança no resseguro.
Os preços dos seguros corporativos voltaram a cair no mundo durante o segundo trimestre de 2015, de acordo com a corretora Marsh.
Foi o nono trimestre consecutivo em que se registrou uma queda média nos preços cobrados das empresas que renovaram seus programas de seguro.
Na América Latina, porém, o ritmo da redução de preços foi menos acelerado do que em outras partes do mundo, afirmou a Marsh. Mas o mercado brando tem sido mais prolongado na região, chegando a pelo menos 12 trimestres consecutivos.
As taxas cobradas por apólices de seguros de bens e propriedades caíram entre 2,5% e 5% na América Latina, enquanto que nas de seguros de responsabilidades e linhas financeiras as quedas ficaram restritas a menos de 2,5%.
A tendência é similar à do mercado norte-americano. Mas na Ásia e na Europa as taxas de seguro de bens e propriedade caíram mais de 7,5%, mesmo patamar registrado pelas linhas financeiras no mercado e britânico.
Capital abundante
Os principais motivos por trás do mercado baixista continuam a ser a abundância de capital no setor em todo o mundo e a ausência de grandes perdas catastróficas neste ano.
Alguns setores apresentaram tendência a uma situação menos favorável aos compradores, como as linhas de seguro cibernético, observou a Marsh. Mas são exceções que não invalidam o comportamento de mercado brando.
“A menos que haja uma grande catástrofe em uma região, espera-se que nos próximo 12 meses as condições de mercado continuem sendo favoráveis aos compradores”, afirmou Andrew Chester, CEO da Marsh Bowring, no estudo.
Outras tendências observadas pela Marsh incluem o aumento da procura por seguros transacionais utilizados por participantes em operações de fusão e aquisição, que estão em alta por todo o mundo.
Além disso, as grandes seguradoras estão cada vez mais segmentando seus portfólios de risco, o que lhes permite aplicar preços que, ainda que em queda, tornam algumas linhas de produtos mais lucrativas.
“Estamos vendo seguradoras na América Latina e no Caribe aumentar o seu foco na rentabilidade através de determinadas linhas de produtos, o que está levando ao lançamento de novos produtos em alguns mercados, e a retirada de produtos específicos em outros”, comentou Ricardo Brockmann, CEO da Marsh na América Latina e no Caribe.
Reservas
A continuidade das quedas de preços foi ratificada pela agência de avaliação de riscos Standard & Poor’s em um relatório sobre o setor global de resseguros de bens e responsabilidades.
“A competição por meio de preços entre resseguradoras de bens e responsabilidades tem sido acirrada nos últimos anos, e o serviço de avaliação de ratings da S&P não vê sinais de que esta tendência vai se reverter no futuro próximo”, afirmou a agência no estudo, que trata dos níveis de reserva de capital do setor.
De acordo com a S&P, a situação de algumas resseguradoras poderia se complicar porque neste ano a performance dos investimentos financeiros do setor tem sido, em muitos casos, incapaz de compensar a queda de arrecadação resultante da constante queda dos preços.
Como resultado, algumas empresas decidiram liberar parte de suas reservas de capital para alavancar seus resultados. Mas a S&P acredita que as empresas que adotaram posturas mais conservadoras nesta área tendem a ter uma performance mais sólida no futuro.
Na eventualidade de um grande evento catastrófico, as resseguradoras que foram mais agressivas na realização de reservas estão mais expostas a ver seu perfil de risco financeiro afetado pelas perdas resultantes, afirmou a agência.
- Brasil 97
- Compliance 66
- Gestão de Risco 200
- Legislação 17
- Mercado 247
- Mundo 102
- Opinião 25
- Resseguro 105
- Riscos emergentes 10
- Seguro 198