Perdas catastróficas para o seguro aumentam 42% no primeiro semestre
- 942 Visualizações
- Rodrigo Amaral
- 13 de julho de 2016
- Sem categoria
Terremotos, incêndios florestais, chuvas e enchentes causam perdas econômicas maiores, mas menos vítimas mortais, segundo Munich Re
As perdas catastróficas sofridas pela indústria de seguros global no primeiro semestre de 2016 foram 42% mais altas do que no mesmo período do ano passado, estima a resseguradora Munich Re.
Em comunicado divulgado nesta semana, a companhia calculou que as perdas causadas por catástrofes naturais chegaram a US$ 27 bilhões até o fim de junho, comparados com US$ 19 bilhões nos seis primeiros meses de 2015.
O número porém é similar à média dos últimos dez anos, afirma a companhia. Nos últimos anos, o setor de seguros tem se beneficiado, globalmente, da ocorrência de poucas perdas catastróficas.
As perdas totais causadas pelos eventos catastróficos também foram maiores, chegando a US$ 70 bilhões, comparadas com US$ 59 bilhões de janeiro a julho do ano passado.
Por outro lado, as catastrófes que ocorreram até agora foram menos mortíferas do que as ocorridas em 2015. A Munich Re calcula que um total de 3.800 pessoas morreram nos primeiros seis meses, contra 21 mil no mesmo período de 2015.
A comparação com as médias históricas é ainda mais positiva. Nos últimos dez anos, uma média de 47 mil pessoas perderam a vida devido a catástrofes naturais no primeiro semestre.
De acordo com Torsten Jeworrek, um diretor da Munich Re, esses números mostram que os países estão melhorando suas medidas de prevenção e reação a catástrofes.
“A boa notícia é que códigos de construção aprimorados e um enfoque mais inteligente por parte dos serviços de emergência e as autoridades oferecem uma proteção muito melhor às pessoas do que era o caso anteriormente”, disse Jeworrek.
Fim de ciclo?
Os dados divulgados pela Munich Re se somam a outros sinais divulgados nos últimos meses de que o longo período de queda de preços nos seguros e resseguros globais pode estar se amenizando.
Por exemplo, a corretora Willis Re afirmou que as reduções obtidas por clientes nas renovações de apólices de resseguro em junho foram menos significativas que em períodos anteriores.
Alertas também têm sido divulgados a respeito da redução da lucratividade das resseguradoras e seguradoras listadas em bolsa. Níveis de perdas catastróficas pouco comuns têm sido um dos poucos fatores que têm ajudado as empresas a divulgar resultados positivos.
De acordo com a Munich Re, porém, há alguns fatores que podem ter um efeito negativo sobre os volumes de perdas catastróficas a serem enfrentados pelo setor no terceiro trimestre.
O provável início de um ciclo do fenômeno climático conhecido como La Niña, por exemplo, tende a promover a formação de furacões tropicais no Atlântico Norte e um maior número de tufões nas Filipinas, afirma a empresa.
Os eventos
Em termos de perdas econômicas, os principais eventos catastróficos observados no primeiro semestre foram incêndios florestais no Canadá, enchentes na Europa e nos Estados Unidos e terremotos no Japão e no Equador.
Os incêndios na região canadense de Alberta em maio causaram perdas diretas estimadas em US$ 3,6 bilhões, das quais US$ 2,7 bilhões serão cobertos pela indústria de seguros. A conta deve aumentar na medida em que as perdas de lucro cessante sejam computadas. Estima-se que 40% da produção de petróleo nas areias petrolíferas da região tenham sido afetadas.
Os danos causados por fortes chuvas e enchentes nos Estados Unidos, especialmente no Texas e regiões vizinhas, chegam a US$ 12,3 bilhões, das quais US$ 8,8 bilhões estão asseguradas.
Na Europa, o valor chega a US$ 6,1 bilhões, dos quais um pouco menos da metade será absorvido pela indústria seguradora. O caso mais recente se observou no final de junho na Holanda, onde tempestades de granizo causaram perdas estimadas em mais de US$ 1 bilhão.
Os terremotos que atingiram a ilha de Kyushu, no Japão, em abril, mataram 69 pessoas e destruíram propriedades estimadas em US$ 25 bilhões, mas apenas US$ 5,9 bilhões estavam asseguradas.
Já o tremor que devastou o litoral do Equador no mesmo mês matou quase 700 pessoas, mas tanto o volume de perdas totais (US$ 2,5 bilhões) quanto asseguradas (US$ 400 milhões) foram bastante inferiores aos dos sismos japoneses.
Clique aqui para ver um gráfico em inglês sobre as catástrofes no primeiro semestre de 2016.
- Brasil 97
- Compliance 66
- Gestão de Risco 200
- Legislação 17
- Mercado 247
- Mundo 102
- Opinião 25
- Resseguro 105
- Riscos emergentes 10
- Seguro 198