Para Swiss Re, seca no Brasil como desafio para o seguro global
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- Rodrigo Amaral
- 9 de junho de 2015
- Sem categoria
Relatório sobre riscos emergentes da resseguradora inclui fenômeno climático no país entre ameaças de médio impacto potencial
A seca está causando danos à economia brasileira – e também representa um sério desafio para o mercado global de seguros, de acordo com a Swiss Re.
Um relatório divulgado pela resseguradora suíça em maio incluiu a seca brasileira em uma lista dos desafios emergentes para o setor devido ao impacto que ela está tendo e na economia e na sociedade do país.
O documento diz que a seca está causando crescimento econômico menor do que o esperado, exigindo o racionamento de água em algumas regiões e aumentando o risco de que empresas sofram ações na Justiça devido a eventos ligados às mudanças climáticas
Além disso, o fenômeno eleva o preço da água e dos alimentos, o que pode gerar mais atritos sociais no Brasil, avalia Swiss Re.
A seca brasileira aparece no relatório como uma ameaça emergente de potencial de impacto médio, o segundo mais elevado. No mesmo patamar estão ameaças como o maior chance de ocorrência de pandemias, a possibilidade de que cidades afundem devido ao aumento do nível dos oceanos e os riscos ligados à engenharia genética.
Estado das coisas
Um nível acima aparecem os principais riscos emergente, segundo o relatório. Eles são a reversão do processo de globalização, as políticas monetárias expansionistas de diversos países, os desafios trazidos pela chamada “internet das coisas” e as supercatástrofes naturais.
O relatório diz que os efeitos da seca são agravados por falhas de planejamento e de ação política, além de uma escassez de investimentos em recursos hídricos e a má gestão do setor.
“Como o Brasil é altamente dependente de energia hidroelétrica, a seca também está tendo um impacto sobre a geração e o fornecimento de energia”, afirma o documento. “Em resposta, as usinas geradoras estão utilizando mais combustíveis fósseis, aumentando o preço da energia e as emissões ligadas ao efeito estufa.”
“A seca cria reações em cadeia para todo o setor econômico”, disse à Risco Seguro Brasil José Cullen, responsável pela área de Seguros Rurais da Swiss Re Corporate Solutions no Brasil e América do Sul.
A agricultura é um dos setores que mais sofrem, ainda que no Brasil isso se passe de forma desigual, afirmou Cullen. Enquanto as regiões Sudeste e Nordeste estão passando por momentos difíceis devido à seca, os agricultores do Sul vivem uma situação até de excesso de água, observou.
Soluções
Segundo Cullen, o mercado hoje oferece soluções de seguros para que os agricultores reduzam as perdas causadas pela falta de chuva. Mas nem todas as culturas podem se beneficiar das coberturas existentes.
“Há vários tipos de produtos que cobrem os riscos climáticos, o principais dos quais, para a agricultura no Brasil, é a seca”, disse ele. “Grãos como soja e milho possuem coberturas para a seca. É mais difícil no caso do café e das frutas, mas em geral há como se proteger deste risco.”
A introdução de seguros paramétricos no Brasil pode ajudar, porém, a obter cobertura mesmo para este setores mais complicados, afirmou.
No entanto, Cullen estima que apenas 15% da área cultivada no Brasil possui coberturas de seguro na atualidade.
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