Para Munich Re, tecnologia levará a novos modelos de negócios
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 14 de junho de 2019
- Sem categoria
Novas tecnologias como a internet das coisas farão com que empresas de seguros e resseguros revejam os seus modelos de negócio.
De fato, a implementação bem-sucedida dessas novidades pode mesmo resultar em queda na demanda por coberturas em alguns segmentos.
Esta é a visão de Tom van den Bulle,. Ele é o líder global de Inovação na resseguradora Munich Re.
De acordo com Van den Bulle, a resseguradora alemã está se preparando para ter sucesso em um novo ambiente. Assim, mais do que coberturas, as empresas do setor vão prover uma série de serviços adicionais de gestão e prevenção de riscos.
Novo, mas útil
Da mesma forma, ele disse que um importante passo no processo de inovação é evitar se apaixonar por tecnologias simplesmente porque elas estão na moda.
“Nós tentamos vários caminhos de inovação nos últimos anos. Aprendemos que, para nós, a inovação tem ocorrer em torno dos riscos”, disse Van den Bulle.
“Não podemos simplesmente introduzir novos produtos e serviços porque gostamos deles. As novas tecnologias nos permitem olhar os riscos desde diferentes perspectivas.”
Em resumo, isso significa buscar soluções que realmente satisfaçam necessidades dos clientes.
“Portanto, não devemos construir algo só porque é bonito, mas ninguém precisa”, disse Van den Bulle. “Em qualquer indústria que está investindo em inovação, um dos desafios é não se apaixonar por produtos e tecnologias para os quais não há demanda de verdade.”
Internet das coisas
Uma das novas tecnologias que a Munich Re acredita que tem potencial de causar disrupção no mercado é a internet das coisas.
Para Van den Bulle, trata-se do tipo de novidade que vai fazer os subscritores repensar seus modelos de negócios.
A Munich Re adquiriu no ano passado uma startup chamada Relayr. A startup desenvolveu um sistema que utiliza dados captados por sensores. Esses sensores servem construir modelos preditivos de mitigação de riscos.
A tecnologia da Relayr permite aos subscritores maximizar o uso de uma gigantesca quantidade de dados que as empresas coletam hoje em dia. Isso através de sensores, em suas cadeias de produções.
Previsão
“O objetivo é poder prever quando haverá um problema na cadeia de produção”, Van den Bulle observou. “Trata-se de um produto de seguros? Não, não se trata disso. É um produto de pura mitigação do risco.”
“Nós estamos caminhando em uma nova direção. Nela, poderemos contactar uma grande montadora. Por exemplo, para avisá-la que dentro de cinco horas vai passar algo em sua cadeia de produção, e é preciso fazer algo a respeito.”
“Nesse exemplo, não há interrupção do negócio. Haverá menor demanda por seguros. Isso porque já que seremos capazes de prever potenciais sinistros”, continuou o executivo.
“Mas estamos nos movendo em uma direção em que poderemos fornecer aos nossos clientes não só seguros de lucros cessantes. Também poderemos oferecer um produto que soluciona seus problemas. Igualmente de uma maneira bem melhor ao evitar que a interrupção do negócio ocorra em primeiro lugar.”
Menos perguntas
Outro objetivo da Munich Re é tornar o processo de subscrição de riscos mais baseados em dados e informações do que no “feeling” do profissional responsável pela conta.
Para isso, a empresa está desenvolvendo um sistema que utiliza dados e tecnologias de autoaprendizagem para realizar tarefas de seleção de riscos e definir preços de coberturas.
“Estamos construindo uma ferramenta de precificação. Essa ferramete visa evitar que os clientes tenham que responder a um número altíssimo de perguntas quando compram um seguro”, explicou Van den Bulle.
“Quando se vende uma cobertura de seguro para empresas, os seguradores fazem de 60 a 80 perguntas a seus clientes. Portanto, queremos assegurar que será possível preencher com antecipação uma grande quantidade de informação com os dados que já estão disponíveis.”
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