Para advogado, consolidação do seguro vai brecar amadorismo
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- Rodrigo Amaral, em São Paulo
- 26 de outubro de 2015
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Assessor jurídico da ABGR também afirma que más práticas como cópias de apólices tendem a perder fôlego com aumento da profissionalização no setor
A onda de fusões e aquisições que está tendo lugar no mercado segurador forçará a profissionalização do setor, segundo um dos principais advogados de seguros no país.
Antonio Penteado Mendonça, que é assessor jurídico da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) também afirmou que as seguradoras deverão ter mais foco em seus produtos e serviços, além de desenvolver tecnologias para prestar serviços de melhor qualidade a seus clientes.
“Nós vamos parar de ter amadorismo, de ter bobagens simplesmente comerciais”, disse ele.
Em painel sobre fusões e aquisições durante o XI Seminário Internacional de Riscos e Seguros, em São Paulo, Mendonça afirmou ainda que serão criadas condições para o lançamento de novos produtos de seguros trazidos dos mercados internacionais com o apoio das resseguradoras.
Para ele, más práticas que hoje persistem no mercado, como a imitação de estratégias comerciais adotadas pelas maiores empresas do mercado e a cópia de apólices utilizadas por outras companhias, tendem a desaparecer na medida em que um maior profissionalismo se implantar no setor.
“Mesmo as companhias estrangeiras, ainda que estejam focadas em segmentos específicos, vão ter que buscar uma maior especialização, pois haverá uma maior concorrência entre elas”, disse o advogado.
“Não vai adiantar, como ainda acontece hoje, para uma companhia pegar o questionário de outra, e depois, quando há o sinistro, argumentar que o cliente cometeu fraude. Fraudou como, se a empresa usou um questionário que não perguntava isso?”
Resseguros
A consolidação do setor de seguros também fará com que as resseguradores apliquem um pente mais fino nos riscos que assumem, de acordo com o advogado.
“Elas vão criar parcerias que hoje não existem entre elas e suas resseguradas no Brasil. Elas passarão a trazer produtos mais modernos, mais conectados com o que acontece no mundo”, afirmou.
“Elas passarão a fornecer às empresas brasileiras tecnologia que as ajudarão a oferecer produtos que atendam as necessidades da sociedade, como coberturas para o problema das mudanças climáticas, que causam sinistros gigantescos.”
Com o tempo, ressaltou Mendonça, as seguradoras terão menos desculpas para não oferecer coberturas para os riscos enfrentados pelos compradores brasileiros.
“Queremos que as seguradoras sejam rentáveis, mas que consigam lucro atendendo a demanda, e não dizendo que não aceita um risco, e comprando títulos do governo federal sem assumir riscos”, disse o advogado.
Ele defendeu que, com as novas condições de mercado que vêm por aí, os subscritores se concentrem novamente no seu negócio principal, o que não está acontecendo hoje em dia.
“Se vocês olharem a média dos balanços das seguradoras brasileiras nos últimos dois anos, vocês verão que o resultado delas é financeiro”, disse Mendonça. “Com raríssimas exceções, tem pouquíssimas seguradoras ganhando dinheiro com seguro no Brasil. Estão todas ganhando dinheiro com aplicações financeiras.”
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