Multis enfrentam riscos extremos na área de direitos humanos no Brasil
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- Rodrigo Amaral
- 24 de fevereiro de 2016
- Sem categoria
Setores como mineração e têxtil têm alta possibilidade de desrespeito aos direitos dos trabalhadores na cadeia de suprimentos, segundo consultoria
Empresas globais do setor de mineração que possuem parceiros sediados no Brasil enfrentam um risco extremo de ver seu nome associado a trabalho infantil e trabalho forçado, de acordo com uma consultoria internacional.
A avaliação da Verisk Maplecroft coloca o Brasil no mesmo patamar, neste quesito, de grandes economias emergentes como a China, a Rússia, o México e a Índia, além de Peru, Bolívia e vários países asiáticos e africanos.
A qualificação foi detalhada em um relatório da consultoria sobre os riscos de desrespeito aos direitos humanos ligados às cadeias de suprimentos.
Com fornecedores espalhados por todo o mundo, as empresas multinacionais cada vez mais se expõem a se ver envolvidas em casos de exploração de trabalho escravo ou infantil, especialmente com parceiros comerciais que se encontram em países em desenvolvimento.
E, como observa a Verisk Maplecroft, a legislação de países como os Estados Unidos e os membros da União Europeia são cada vez mais rigorosas em suas exigências de transparência e responsabilidade sobre o desrespeito aos direitos humanos nas cadeias de suprimento.
Além disso, além de estarem sujeitas a penalidades financeiras e legais, as empresas se expõem a elevado risco reputacional, caso se vejam envolvidas com violações aos direitos dos trabalhadores, já que este é um tema que chama muito a atenção da opinião pública em seus países de origem.
Corrente
O Brasil também aparece no relatório como uma economia de riscos extremos de trabalho forçado na cadeia de suprimento do setor têxtil, de discriminação de gênero na remuneração dos trabalhadores, e também de que os empregados enfrentem más condições de trabalho em suas empresas.
As multinacionais da área de mineração também devem estar preocupadas com a elevada possibilidade de violação dos direitos do povos indígenas no mercado brasileiro, de acordo com a Verisk Maplecroft.
O estudo aponta diversas outras situações em que as multinacionais podem se ver envolvidas em casos de desrespeito dos direitos humanos em suas cadeias de suprimento.
Países em desenvolvimento são aqueles que apresentam os maiores níveis de risco, com economias asiáticas como a China, o Vietnã e o Camboja criando alguns dos principais desafios para as empresas em termos dos tratos dados aos trabalhadores.
Mas mesmo na Europa o tema preocupa, já que a chegada de números recordes de refugiados da Síria e outras zonas de conflito cria situações em que muita gente aceita trabalhar no mercado informal em condições deploráveis.
Passo atrás
O estudo também observa que os sistemas de auditoria das grandes empresas não estão conseguindo acompanhar a extensão de suas redes de provedores no que diz respeito à fiscalização do risco de desrespeito dos direitos humanos, especialmente no que diz respeito aos parceiros comerciais de segundo ou terceiro nível – aqueles com quem a empresa não lida diretamente.
Por esse motivo, a solução do problema passa por um processo de engajamento com os trabalhadores, por exemplo promovendo um melhor fluxo de informações sobre o tema entre a diretoria, os empregados e seus representantes sindicais.
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