Italianos compram Partner Re em novo capítulo de fusões
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- Rodrigo Amaral
- 4 de agosto de 2015
- Sem categoria
Controladora da Fiat faz operação avaliada em US$ 6,9 bilhões, reforçando movimento de concentração que deve continuar acentuado no mercado global, segundo analistas.
A onda de fusões e aquisições no mercado de resseguros teve continuidade nesta semana com a compra da Partner Re, sediada nas Bermudas, pelo veículo de investimentos italiano Exor, controlado pela família Agnelli.
A Exor, que também é a acionista controladora da Fiat Chrysler e da Juventus de Turim, já era a maior acionista da Partner Re, e acertou a compra das ações que ainda não detinha em uma operação avaliada em US$ 6,9 bilhões.
Ao completar-se a operação, cancelaram-se as discussões entre a Partner Re e a Axis Capital Holdings, grupo segurador também sediado nas Bermudas, que estavam desde janeiro negociando uma fusão.
A Exor se opôs à união das duas empresas e como resultado a Axis Capital receberá uma indenização US$ 315 milhões pela interrupção do negócio.
Top 10
De acordo com a Apref, a associação francesa de resseguradoras, e a resseguradora francesa Scor, a Partner Re era a nona maior companhia resseguradora do mundo no final de 2014, com prêmios líquidos de US$ 5,9 bilhões.
A empresa vem enfrentando um mercado mais difícil em 2015, registrando um prejuízo líquido de US$ 103,1 milhões no segundo trimestre do ano.
A Partner Re atribuiu os resultados às difíceis condições de subscrição e à instabilidade de investimentos no mercado financeiro no segundo trimestre. Ainda assim, os resultados foram superiores às expectativas de analistas.
Depois que a aquisição foi confirmada, a agência de avaliação de riscos AM Best rebaixou a nota da Partner Re de A+ para A, com viés negativo.
O rebaixamento se deve a “preocupações ligadas à concentração da Partner Re em resseguros e a falta de uma plataforma de produtos diversificada, em particular a habilidade de prover tanto soluções de (seguro) primário quanto de resseguros”, disse a agência em um comunicado.
Mais fusões
Analistas preveem que fusões e aquisições devem continuar ocorrendo nos mercados de seguro e resseguro, na medida em que empresas bem capitalizadas se aproveitam das baixas taxas de juros nos países industrializados para levantar dinheiro barato a fim de financiar planos de expansão.
Além disso, de acordo com a AM Best, seguradoras e resseguradoras de médio porte estão buscando otimizar suas expertises por meio de fusões que complementam e ampliam suas linhas de atuação.
Investidores também continuam sendo atraídos pelo setor, como mostra a persistência da Exor em garantir o controle da Partner Re.
Neste ano, operações de envergadura já tiveram lugar, como a aquisição da Chubb pela Ace e a da HCC pela Tokio Marine.
Mais fusões aconteceram nas últimas semanas nos Estados Unidos, onde seguradoras da área de saúde estão buscando maneiras de enfrentar um mercado em transição. Só no mês de julho, a Anthem comprou a Cigna por US$ 54 bilhões, e a Aetna adquiriu a Humana por US$ 37 bilhões.
As expansões de negócio também estão se desenvolvendo nos mercados emergentes, onde especialistas esperam que o setor cresça com maior rapidez no futuro.
Por exemplo, a francesa Axa realizou duas operações de monta nos últimos meses: a compra da área de grandes riscos da brasileira Sul América e a seguradora de vida egípcia CIL.
Com a área de resseguros do Brasil sendo gradualmente liberalizada nos próximos cinco anos, é de se esperar que investidores ávidos por novos alvos de aquisição mostrem apetite pelo mercado nacional, especialmente se a economia se recuperar a partir de 2016.
O primeiro teste deve ser a abertura de capital do IRB Brasil Re, maior resseguradora local do país, esperada para este ano.
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