Ganhos financeiros garantem resultado a resseguradoras
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- Oscar Röcker Netto
- 24 de março de 2016
- Sem categoria
Relatório da Terra Brasis sobre o mercado em 2015 aponta sinistralidade crescente e deterioração dos índices técnicos. IRB puxa dados para o azul
Grande deterioração dos índices técnicos compensada por resultados altamente positivos de investimentos financeiros e retrocessão foram a marca do setor de resseguros no Brasil em 2015, de acordo com relatório elaborado pela Terra Brasis com base no dados da Susep.
No acumulado do ano, o volume de resseguro cedido pelas seguradoras brasileiras cresceu 12,2% em relação a 2014, para R$ 10,1 bilhões. Sessenta por cento desse valor foram colocados em resseguradoras locais, o que representou uma fatia 20% maior sobre o ano anterior.
Além de ampliar a participação, o lucro das locais cresceu 37%, chegando a R$ 943 milhões. Desse total, 81% (ou R$ 764 milhões) foram obtidos pelo IRB Brasil Re, que teve resultado recorde na sua história. Os R$ 180 milhões restantes foram divididos pelas outras 15 resseguradoras locais que operam no país.
Embora o conjunto das demais resseguradoras represente um naco menor do lucro, houve expressivo aumento, de 117%, em relação a 2014, quando o resultado das locais havia ficado em R$ 83 milhões, aponta o Terra Report.
O IRB Brasil continua dominando amplamente o mercado e com forte influência no resultado geral do setor. Ficou com 50,9% do market share no ano passado, acima dos 49,3% de 2014. Em seguida vêm a Zurich (8,5% do mercado), Allianz (7,2%), Austral (6,4%) e Munich (5,3%).
O resultado após Imposto de Renda foi positivo em 11 resseguradoras e negativo em cinco (AXA, Scor, Terra Brasis, Swiss Re e Markel).
Resultado técnico em baixa
Outro dado vermelho do relatório é o Resultado de Operação de Resseguro. O conjunto das empresas registrou prejuízo de R$ 77 milhões neste item.
O IRB impediu que essa média fosse pior. O resultado técnico da principal resseguradora brasileira foi positivo em R$ 232 milhões, enquanto o conjunto das demais fechou negativo em R$ 309 milhões.
O que puxou os resultados para o azul foi o desempenho financeiro e patrimonial: R$ 1,4 bilhão positivos no geral— 37% superior a 2014.
O IRB foi responsável por R$ 811 milhões desse total, e as demais, R$ 643 milhões.
Sinistralidade
A sinistralidade, que estava na casa de 80% até setembro de 2015, pulou para 98% no final do ano, quando foram contabilizados grandes sinistros, como o desastre da Samarco. São 20 pontos porcentuais acima da sinistralidade em 2014.
Também neste item há diferenças acentuadas. A sinistralidade no IRB ficou em 61%, contra 142% para as demais resseguradoras locais.
Exterior
O relatório aponta que os resseguros captados no exterior tiveram um aumento de 160% no ano, passando para R$ 1,1 bilhão — o que representa 16% do resseguro aceito pelas locais.
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