Empresa lança etiquetas inteligentes que reduz lesão de clientes
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 12 de junho de 2019
- Sem categoria
As “etiquetas inteligentes” podem auxiliar, e muito, o ramo dos seguros. A seguradora Argo lançou, nos Estados Unidos, um sistema que usa a tecnologia da internet das coisas para reduzir o volume de lesões sofridas por consumidores nas instalações de supermercados e restaurantes.
O sistema, desenvolvido por uma unidade chamada Argo Risk Tech, se baseia na inserção de etiquetas RFID e NFC. Elas enviam informações por radiofrequência. Assim, identificam quais são os principais pontos de riscos nas lojas administradas pelos segurados.
O resultado, segundo Rooney Gleason, líder da área de Varejo da Argo nos EUA, é uma sensível redução no número de acidentes com clientes. Isso gera, consequentemente, uma queda no volume de indenizações pagas pelos supermercados e restaurantes.
Além, claro, de menos sinistros pagos pela seguradora.
Só aceito se tiver
Gleason contou a Risco Seguro Brasil que, hoje em dia, a Argo americana já não aceita riscos de responsabilidade civil de restaurantes e supermercados. A não ser que eles se disponham a implementar o sistema de prevenção de riscos baseado nos sensores.
Na prática, o que o sistema faz é potencializar medidas de gestão de riscos que as empresas já devem ter implementadas como parte de sua rotina.
A Argo instala as etiquetas em pontos selecionados nos locais segurados. Empregados ficam encarregados de realizar inspeções periódicas. Dessa forma, podem observar se há algum elemento de risco para os clientes nas áreas próximas a eles.
Isso pode ser vazamento de água, objetos que caíram ao solo, estantes fora do lugar ou outros tipos de não-conformidades.
App: como funciona
Cada vez que passa por um dos pontos, o empregado escaneia a etiqueta com uma app em seu telefone celular. Portanto, automaticamente, abre uma série de perguntas simples e diretas.
As respostas são armazenadas na nuvem. Também são organizadas e analisadas, revelando tendências na ocorrência de sinistros ou riscos em potencial que podem então ser avaliadas.
Tradicionalmente, observou Gleason, as notas de inspeções são feitas em folhas de papel. Assim como são armazenadas em ficheiros. Esses ficheiros acabam sendo de pouca serventia para fins de gestão de riscos.
Sinistros precisos
Gleason também observou uma situação peculiar. Por exemplo, quando alguém cai e se machuca. Ao ser atendido pelo estafe da empresa, um empregado pode escanear a etiqueta mais próxima. Igualmente consegue já registrar o acidente e dar início ao processo de gestão do sinistro.
“No ano passado, meus clientes inspecionaram 220 milhões de pontos em suas lojas”, disse Gleason.
“Ao combinar as inspeções em tempos reais com os dados a respeitos dos sinistros, conseguimos detalhar com precisão de raio laser as ações de gestão de riscos nas áreas de suas instalações que têm maior necessidade.”
Ele citou como exemplo do nível de detalhe que se pode chegar o fato de que, em um restaurante em particular, se notou que o maior número de quedas ocorria entre as 8h30 e 10h30 da manhã, um horário que não parecia especialmente óbvio.
Dessa maneira os administradores puderam tomar medidas para reduzir o risco no período em questão.
Redução do sinistro
“Como resultado, temos visto uma redução significativa na frequência de acidentes que os clientes escorregam e caem nas lojas.”
Segundo ele, o sistema consegue reduzir a frequência de quedas dos clientes em 15% a 20%. Número significativos, ainda mais quando as quedas sã0 uma das principais fontes de processos de responsabilidade civil enfrentados por supermercados e restaurantes nos Estados Unidos.
Gleason acredita que a tecnologia de internet das coisas tem muito potencial para o setor e deve continuar se espalhando como instrumentos de redução do custo total do risco das empresas.
A própria Argo está lançando nos EUA um sistema parecido que ajuda a garantir o estado para consumo de alimentos que devem ser guardados sob baixas temperaturas.
“Sensores estão ficando cada vez menos caros, e sua capacidade é cada vez maior. Vai ser difícil para os subscritores não se envolverem com a internet das coisas.”, afirmou.
“Os sensores oferecem muitas aplicações que ainda estão sendo introduzidas no setor de seguros par empresas.”
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