Em mutação, subscrição de seguro marítimo fica mais complexa
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- Oscar Röcker Netto, em São Paulo
- 17 de novembro de 2015
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Ameaças como ataques cibernéticos demandam melhor compreensão do mercado, diz presidente de associação internacional em SP
O setor de seguros marítimos está mudando, a subscrição ficou muito mais complexa nos últimos anos e novas ameaças impõem desafios ao gerenciamento dos riscos no negócio – especialmente os relacionados a ataques cibernéticos e exposição a catástrofes.
O quadro foi exposto por Dieter Berg, presidente união internacional de seguros marítimos (IUMI, na sigla em inglês) na abertura do III Congresso Latino Americano de Seguros de Transportes e Cascos, realizado em São Paulo entre 17 e 19 de novembro.
“Temos cada vez mais de entender os riscos importantes, o que queremos cobrir e o que não iremos assegurar”, disse ele, destacando que o setor, que recolheu US$ 32,6 bilhões em prêmios em 2014, vive uma fase de valores dos fretes e prêmios em baixa, capacidade em alta, preços menores e forte concorrência entre as seguradoras.
A subscrição dos seguros marítimos, diz ele, é hoje muito mais complexa do que antigamente. É preciso selecionar os riscos que não serão segurados, mas a lista de atenção é bem maior, incluindo a alocação de capital frente os modelos de riscos, impactos da legislação, volatilidade dos preços do petróleo e diversificação de crédito.
Todo o mundo do seguro marítimo está mudando. Precisamos descobrir o que queremos e como será o desenvolvimento daqui para a frente”, disse ele.
Maior exposição
Berg, que também é executivo da Munich Re, lembrou que o tamanho dos navios e a tecnologia embarcada são cada vez maiores. Ambos representam excelentes oportunidades de transporte, mas também requerem muito mais atenção, já que aumentam também a exposição a problemas.
“Hoje, o que mais estamos vendo é e-navegação, com ligação permanente entre navio-terra e terra-navio”, afirmou.
Nos portos é mais frequente a operação por meio de contêineres inteligentes, com operação digital. “São instrumentos desafiadores. Temos de entender melhor os riscos impostos por essas situações”, disse ele.
Além da tecnologia, os chamados supernavios, por exemplo, demandam também operações mais complexas, sujeitas a perdas enormes e custos elevados. Berg citou um desembarque que precisou ser feito, contêiner a contêiner, por helicóptero, já que o guindaste do porto não conseguia descarregar a embarcação.
Situações assim podem ter custos inviáveis ao negócio e há um longo caminho de adaptações a serem feitas.
Já catástrofes causadas pelo clima são potencialmente danosas. Cargas cada vez maiores representam também uma exposição multiplicada a prejuízos. Em 2012, o furacão Sandy, por exemplo, causou danos de U$ 3 bilhões numa carga de 19 mil automóveis.
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