Demanda por seguro contra risco cibernético cresce nos EUA
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- Rodrigo Amaral
- 15 de junho de 2015
- Sem categoria
Danos à imagem são principal preocupação, mas maioria das apólices não inclui ações para mitigar esse problema
Um número crescente de empresas americanas está interessada em apólices de seguros exclusivas contra riscos cibernéticos, de acordo com uma pesquisa divulgada pela principal associação de gestores de riscos dos Estados Unidos.
Os gestores de riscos entrevistados pela Risk Management Society (Rims) também disseram que os danos de imagem são sua principal preocupação na área de riscos cibernéticos. Mas menos da metade das empresas que já possuem coberturas exclusivas contra estes ricos tem apólices que incluem ações para mitigar danos à reputação.
A pesquisa foi feita com 284 empresas, 60% das quais têm faturamento superior a US$ 1 bilhão por ano.
Metade das participantes disseram que já possuem apólices dedicadas exclusivamente ao risco cibernético. Mais significativo, porém, é o fato de que 74% das empresas que ainda não possuem tais coberturas estão considerando sua aquisição.
Os perigos ligados aos riscos cibernéticos voltaram a ganhar destaque nos últimos dias com a notícia de que o governo americano sofreu um gigantesco ataque de hackers que teriam obtido acesso a dados pessoais de todos os funcionários públicos que trabalham para a administração federal.
A interrupção da atividade devido ao vazamento de dados é uma das exposições diretas mais graves das empresas americanas, de acordo com 70% dos respondentes. Quando a pergunta se refere aos danos que podem ser causados por ataques contra parceiros comerciais, a perda de dados lidera a lista com 88,5% das respostas.
Os custos ligados à mitigação de efeitos, como a notificação e a reação imediata aos ataques, foram citados por 72,5% dos participantes, enquanto a interrupção das atividades devido à queda do sistema de informática foi mencionada por 72,5%.
Fora do alvo
Os danos causados à reputação da companhia lideraram a lista de exposições com 79% das respostas. Ao mesmo tempo, a experiência de companhias que já possuem apólices exclusivas mostra que nem sempre é possível transferir os danos à imagem ao mercado de seguros. Apenas 44% dos contratos já assinados incluem tais danos entre suas coberturas.
Apesar das lacunas ainda existentes, gestores de riscos de empresas globais têm relatado nos últimos meses uma melhora substancial na qualidade das coberturas contra riscos cibernéticos oferecidas pelo mercado de seguros. Um dos temas que seguem restringindo o crescimento do mercado, porém, é o alto custo de tais seguros.
Nesse sentido, as empresas pesquisadas pela Rims relataram uma concentração nos extremos superior e inferior das gamas de preços.
Quase 55% delas reportaram estar pagando mais de US$ 100 mil em prêmios por suas coberturas. Em seguida aparecem as empresas que pagam menos US$ 50 mil em prêmios, com 27,5%. Os valores intermediários foram citados por menos de 18% dos entrevistados.
Já os limites mais comuns variam entre US$ 5 milhões e US$ 19 milhões, com 35% das respostas, seguidos por menos de US$ 5 milhões, com 23%. Apenas 10% das empresas pesquisadas possuem apólices limites entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões, e nenhuma apólice chega a valores maiores do que esses.
Limite x preço
Tais números sinalizam que o mercado ou não está dando os limites desejados pelas empresas de maior porte, uma queixa comum entre multinacionais, ou está cobrando preços elevados para chegar a patamares mais altos.
Vale notar que o grande ataque sofrido pela varejista americana Target em 2013 já resultou em custos estimados em mais de US$ 250 milhões para a empresa.
Um argumento comum de críticos às coberturas exclusivas de riscos cibernéticos é o de que vários dos danos causados por um eventual ataque já são cobertos por outras apólices compradas pelas empresas, como as de responsabilidade civil, D&O (diretores e oficiais) ou E&O (erros e omissões).
Mas apenas 34% das empresas entrevistadas afirmaram que já estão protegidos por outras coberturas. Entre esse grupo, as apólices de E&O foram as mais frequentemente citadas.
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