Conheça as seis tendências que ganham força no compliance
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- Oscar Röcker Netto
- 6 de julho de 2016
- Sem categoria
Especialistas listam áreas que influenciam o tema nas empresas, como a hipertransparência e o controle de fornecedores

Apontado como instrumento contra a corrupção, o compliance tem um futuro de desafios cada vez mais complexos, mesmo nos países mais desenvolvidos.
No Brasil a tendência de reforço da conformidade pode ser demonstrada na obrigação imposta pelo juiz Sergio Moro para que as empresas envolvidas na Lava Jato implementem programas efetivos. Se isso vai pegar para o conjunto da economia, o tempo vai responder.
Globalmente, a tendência apontada por dois especialistas norte-americanos demonstra a necessidade de trabalhar com estratégicas que lidam com um bom número de variáveis importantes, num ambiente de “hipertransparência”, cobrança cada vez maior por parte da população, leis mais rigorosas e supervisão adequada dos fornecedores.
O contexto é o que Alison Taylor e James Cohen chamam de “transformação ética dos negócios”. “As empresas precisam estar preparadas para serem arrastadas em redes anticorrupção em expansão”, avaliaram em recente artigo publicado no blog da FCPA, a lei norte-americana anticorrupção.
Taylor é diretora de sustentabilidade da consultoria BSR, baseada em Nova York. Cohen é especialista em sistemas anticorrupção e governança; trabalha em Washington.
Os dois elencam seis tendências do setor às quais é bom prestar atenção:
Hipertransparência
Com o debate público cada vez mais difuso por conta da internet, as empresas perderam muito a capacidade de controlar sua reputação. Elas terão de se comportar como se tudo o que façam possa se tornar público — o que vai exigir que seus valores, engajamento e reputação sejam repensados.
Mais poder individual e coletivo
O crescimento da classe média mundial amplia a educação da população e, por consequência, as cobranças contra corrupção. As mídias sociais, por sua vez, permitem que demandas locais sejam expostas globalmente. As empresas precisam se acostumar a viver sob um maior e permanente escrutínio público.
Taylor e Cohen citam como exemplos de “raiva pública” as manifestações do Brasil, Índia e China, entre outros países.
Os especialistas acreditam que haverá cada vez mais cobrança por justiça econômica, ambiental e social. Com isso, o conceito de gestão voltada para “criar valor para os acionistas” pode ser substituído por “criar valor compartilhado”.
Idade e automação
Com envelhecimento da população global e aumento da automação, haverá outra configuração de emprego. “As empresas precisarão considerar seu papel na criação de economias mais inclusivas”, defendem.
Cultura organizacional
A eficácia de qualquer programa de compliance depende da cultura da empresa. Os desafios atuais vão além do controle da conformidade nas organizações. O compliance terá um papel mais preponderante na moldagem da cultura organizacional.
Supervisão das cadeias de suprimento
A abordagem atual, de autorregulação das cadeias de suprimento, está provavelmente com os dias contatos, segundo eles, pelo aumento da transparência nas relações. Há duas leis recentes que servem de exemplo de uma tendência de que as coisas se encaminham para padronização na regulamentação nesta área: The California Transparency in Supply Chain Act e The UK’s Modern Slavery Act.
Segundo eles, pode-se esperar o surgimento de “procedimentos adequados” análogos aos que viraram consenso na área anticorrupção.
Pensamento sistêmico
A corrupção deixou de ser vista como um crime sem vítima, uma vez que estão cada vez mais claras as implicações entre os desvios e pobreza, conflitos e violação de direitos humanos.
Para os especialistas, os departamentos de compliance terão de desenvolver estratégias que contemplem as conexões entre esses elementos. “Não apenas as implicações legais da corrupção, mas seu impacto maior”, afirmam. Segundo eles, as empresas precisam trabalhar com a possibilidade de serem arrastadas numa rede anticorrupção em expansão.
Clique aqui para ler o artigo na íntegra, em inglês.
Clique aqui para vídeo com entrevista com os dois especialistas.
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