Brasil fica em 60º lugar em ranking de resiliência para as empresas
- 6483 Visualizações
- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 3 de junho de 2019
- Sem categoria
No ranking de resiliência para fazer negócios da seguradora americana FM Global, o Brasil ficou apenas no 60º lugar. É mais um sinal de que o país não está conseguindo se tornar mais atrativo para investimentos.
A empresa leva em conta fatores como o estado da economia. Assim como a qualidade da gestão de riscos e a operação das cadeias de suprimento para elaborar o ranking. A lista é publicada todos os anos.
Em 2019, o Brasil repetiu a colocação de 2018, ficando abaixo da 56ª posição, entre 130 países, obtida em 2015.
Pior: ainda que tenha mantido sua medíocre colocação, a nota do Brasil piorou, passando de 52,5 (de um total de 100 pontos) em 2018 para 47,1.
Governança corporativa e corrupção
O ranking da FM Global trouxe uma novidade neste ano. Acima de tudo, incluiu a governança corporativa entre os itens avaliados para analisar a resiliência do ambiente de negócios. A nota do Brasil foi 66,5, valendo o 51º posto para o país neste quesito.
O item foi incluído na avaliação do funcionamento das cadeias de suprimento. Da mesma forma, também inclui outros fatores que pouco favorecem a economia brasileira, como o controle da corrupção e qualidade da infraestrutura.
No total, o Brasil ficou em 62º lugar no que diz respeito às cadeias de suprimento, recebendo 50,6 pontos, contra 55,9 em 2018.
A pior marca, para surpresa de ninguém, foi atribuída aos controles contra a corrupção na sociedade e nas empresas.
Com uma pontuação de míseros 24,5, o Brasil ficou em 88º lugar entre os 130 países avaliados neste quesito.
Economia em frangalhos
Mas é no estado da economia que o fiasco brasileiro no ranking da FM Global é mais evidente.
Nesse item, que mede fatores como a influência da instabilidade econômica na capacidade das empresas de enfrentar situações difíceis, o Brasil somou ínfimos 36,3 pontos na escala da FM Global.
Com tal pontuação, não passou da 75ª posição. Portanto, a avaliação da produtividade da economia, com 11,7 pontos, mostrou-se especialmente vexatória.
Qualidade do risco
O Brasil teve melhor desempenho na categoria qualidade do risco. O item mede fatores como a exposição e capacidade de ração a eventos catastróficos e a ataques cibernéticos.
A melhor avaliação ocorre justamente na falta de exposição a eventos como furacões e terremotos. Isso significa que vale ao país uma nota 75,7 e a 37ª colocação no ranking.
Uma vez que a atividade humana entra em campo, porém, a coisa se complica. Ao avaliar a capacidade da sociedade e das empresas para reagir no caso de uma catástrofe, a nota cai para 32 pontos. Na prevenção e reação a incêndios, o Brasil fica apenas na 99ª colocação com 23 pontos.
No risco cibernético, por outro lado, a performance é mais favorável. Levando em contas fatores como o uso da internet pela população e as liberdades civis, que na visão da FM Global ajudam o país a reagir a eventuais eventos cibernéticos, a nota do Brasil é um respeitável 65,8, o que lhe vale a 31ª posição no ranking.
Ranking: líderes e lanternas
Segundo o ranking da FM Global, os países onde as empresas têm as melhores condições para enfrentar situações de emergência são a Noruega, Dinamarca, Suíça e Alemanha.
Já os piores, nesta ordem, são o Haiti, a Venezuela e a Etiópia.
Apenas três países latino-americanos ficaram na frente do Brasil: a Argentina (58º lugar), o Chile (50º) e o Uruguai (46º).
- Brasil 97
- Compliance 66
- Gestão de Risco 200
- Legislação 17
- Mercado 247
- Mundo 102
- Opinião 25
- Resseguro 105
- Riscos emergentes 10
- Seguro 198