Brasil deve ter o mais elevado ritmo de falências do mundo, vê Euler Hermes
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- Rodrigo Amaral
- 4 de maio de 2016
- Sem categoria
Seguradora de crédito estima que total de empresas falidas deve aumentar 22% em 2016, chegando aos patamares mais altos dos últimos 12 anos
O Brasil deve liderar o mundo em termos de crescimento do volume de falências de empresas, segundo uma das principais seguradoras de crédito internacionais.
Em estudo divulgado nesta semana, a francesa Euler Hermes estimou que o total de empresas que vão jogar a toalha no país deve aumentar em 22% neste ano, após registrar um incremento de 25% em 2015.
Com isso, o número de falências deve chegar ao maior patamar nos últimos 12 anos. “A situação do Brasil é sem dúvida nenhuma a mais preocupante da América Latina”, informa o relatório. Segundo a Boa Vista SCPC, o número de falências cresceu 25,8% no primeiro quadrimestre, comparado com o mesmo período do ano passado.
Na América Latina, as falências devem crescer 17% em 2016.
Mundo
De acordo com a seguradora, as empresas que correm o maior risco de falir são as de grande envergadura, especialmente quando têm uma exposição grande ao comércio internacional. O número de grandes empresas que quebraram dobrou em 2015, chegando a 280, enquanto o de empresas de menor porte aumentou 18%.
A Euler Hermes espera que as falências de empresas aumentem 2% em todo o mundo neste ano, e que a performance se repita em 2017. No passado, o número caiu 6%.
Caso se confirme a previsão, será o maior aumento desde 2009. Três motivos orientam a sombria estimativa da seguradora.
Trata-se do longo período de medíocre crescimento econômico global, das turbulências vividas por setores específicos como as matérias primas e do efeito dominó causado pelas falências de empresas de grande porte.
Por esse motivo, a Euler Hermes espera por exemplo que as falências cresçam 3% nos Estados Unidos, puxadas pelos setores da metalurgia e da energia, o que seria o pior desempenho dos últimos seis anos.
Na Ásia, deve haver 13% mais empresas falidas no final deste ano do que no de 2015. A única grande região do planeta em que o total de falências deve cair é a Europa Ocidental. A Euler Hermes prevê uma redução de 5% em 2016 e 3% em 2017. Em 2015, a queda foi de 13%.
Países e setores
Depois do Brasil, os países que devem ver maior crescimento no número de empresas falidas neste ano são a China (20%), Taiwan (17%), Hong Kong e Cingapura (15% cada).
Na América Latina, a Colômbia (12%) e o Chile (11%) aparecem logo depois do Brasil.
Outra seguradora de crédito, a Coface, publicou por sua vez em abril um estudo sobre os setores que mais apresentam risco de calote na economia mundial.
Pela avaliação da empresa, os setores de construção e energia apresentam risco de calote “muito elevado” na América Latina. O de metalurgia se encontra em um patamar parecido já que vem se deteriorando, ainda que o risco de não pagamento seja ainda um pouco menos elevado.
Já o risco é alto nos setores de agricultura e alimentação, automotivo, indústria química, papel e celulose, têxtil e transportes.
Segundo a Coface, as empresas enfrentam o maior risco de não-pagamentos na América Latina.
Sinistralidade
Os problemas enfrentados pelas empresas em todo o globo já estão preocupando o mercado segurador devido ao consequente aumento da sinistralidade no segmento.
De acordo com a Associação Britânica de Seguradores, ABI, o volume de sinistros de seguro de crédito pagos no país aumentou 42% em 2015, chegando a £149 milhões (R$ 767 milhões).
A ABI observa que o número é similar ao de 2007, período que antecedeu à grande crise financeira global, que teve um de seus focos no Reino Unido.
Quase três quartos das apólices pagas cobrem riscos localizados no próprio Reino Unido, enquanto 22% se referem a exportações de bens para outros países.
De acordo com Mark Shepherd, gerente de Apólices de Seguros da ABI, o clima de incerteza econômica que prevalece no mundo está fazendo com que os compradores de seguro de crédito acionem suas apólices aos primeiros sinais de que um cliente vai atrasar o pagamento.
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