Brasil ainda faz uso limitado do resseguro global
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- Rodrigo Amaral, rodrigo@riscoseguro.com.br
- 29 de abril de 2019
- Sem categoria
O Brasil se abriu ao resseguro internacional, mas ainda faz uso limitado da capacidade de transferência de risco disponível no mercado global.
Essa é uma das conclusões a que se pode chegar com a leitura do mais recente estudo sobre o mercado de resseguros publicado pela Terra Brasis.
Pela primeira vez, a empresa conseguiu integrar ao seu estudo informações coletadas pela Susep sobre as cessões de resseguro no exterior.
E um dos achados do estudo é que, apesar do registro de mais de 100 resseguradoras para operar no país, há menos players do que se imagina com uma participação significativa no setor.
Resseguradoras: pouca competição
Segundo a Terra Brasis, os cinco maiores grupos resseguradores somavam 55,8% dos prêmios em 2018. Contido, os dez primeiros detinham 74,8%, e os 20 maiores, 94,1%.
O relatório nota que o grau de concentração já foi maior. Isso com as cinco primeiras somando 62,7% do mercado em 2013. Mas é inegável que a gradual reabertura do mercado nos últimos anos parece ter tido efeito limitado nas decisões de compra das cedentes locais.
De acordo com os cálculos da Terra Brasis, no final de 2018, os prêmios cedidos a resseguradoras no mercado brasileiro chegavam a R$ 12,6 bilhões. Deste total, 30,1% foi cedido a subscritores sediados fora do país, principalmente por meio de unidades registradas como resseguradoras admitidas.
Lloyd’s
O destaque entre as admitidas são os sindicatos do Lloyd’s de Londres. E conjunto, eles lideram as cessões para o exterior com mais de R$ 541,8 milhões em prêmios.
A Talanx, grupo que controla empresas como a Hannover Re e a HDI, vem em segundo lugar com R$ 401,7 milhões.
A Talanx, como boa parte dos sindicatos do Lloyd’s, não possui uma resseguradora local no Brasil. Ainda que opere no mercado primário. A Everest Re, quarta maior, e a FM Global, sexta, tampouco operam como locais.
Porém, outras grandes operadoras offshore, fazem parte de grupos que estão presentes como locais. É o caso da Mapfre (número 3 do ranking de admitidas), Chubb (5) e Swiss Re (7).
IRB Brasil dominante
A concentração do mercado começa no topo. Isso, já que o IRB Brasil Re mantém uma posição dominante. Com 35,4% do total de prêmios cedidos por entidades brasileiras em 2018.
Trata-se da mais elevada market share do antigo monopólio desde 2013, quando sua parcela dos prêmios passava de 40%.
O IRB Brasil lidera todos os segmentos do mercado local. Com exceção dos resseguros de garantia, ramo liderado pela Junto (antiga JMalucelli).
Outras empresas lideram o setor. Porém, viram sua participação cair nos últimos anos. A Munich Re fechou 2018 com 6,8% dos prêmios, após 40% de aumento na comparação com 2017. Mas bem abaixo dos 10,3% que tinha em 2015.
Já Swiss Re tinha detinha 6,9% do mercado em 2015 e chegou a 7,5% em 2011, mas no final do ano passado sua parcela havia caído para 4,7%.
A quarta colocada, Chubb, registrou forte crescimento no ano passado, quando seus prêmios subiram 124%. A empresa americana controla 4,5% do mercado e subiu nove posições no ranking.
Parcelas parecidas têm a Mapfre, quinta maior, e a Zurich, que baixou de segundo para sexto após uma redução de 39% em prêmios de resseguro.
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