Axa do Brasil espera dar lucro um ano antes do previsto
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- Rodrigo Amaral
- 22 de março de 2017
- Sem categoria
Apesar da crise econômica, condições foram favoráveis para entrada da empresa no país, disse presidente Philippe Jouvelot
A Axa do Brasil espera conseguir ainda em 2017 atingir o ponto de equilíbrio nas operações, que começaram em 2014. Assim já estima começar a dar lucro para sua matriz.
De acordo com Philippe Jouvelot, presidente da Axa do Brasil, a empresa se beneficiou das condições de mercado nos últimos anos. Mesmo apesar da crise econômica vivida pelo país,. Assim, deve chegar ao “breakeven point” de suas operações no país um ano antes do esperado.
“A crise não teve efeito negativo no nosso caso; pelo contrário”, disse Jouvelot a Risco Seguro Brasil. “Quando chegamos, a taxa cambial era muito favorável para quem estava entrando no país. E como consequência nossos gastos foram mais baixos do que havíamos previsto. As altas taxas de juros também ajudam os resultados das seguradoras. Assim obtivemos uma renda financeira bem superior à que havíamos previsto.”
“Neste ano nós esperamos dobrar nossa receita, ultrapassando R$ 1 bilhão. Mas o mais importante é que já em 2017 vamos chegar ao ‘breakeven’. Ou seja, um ano antes do que havíamos planejado,” acrescentou o executivo. “Logo o Brasil vai dar lucro para o nosso grupo.”
Integração
Jouvelot afirma que a Axa do Brasil tem hoje cerca de R$ 650 millhões em prêmios em todas as áreas de atuação. O número já inclui os negócios absorvidos com a aquisição da área de grandes riscos da Sul América, em 2015, que somavam R$ 188 milhões.
“O time se integrou muito bem. Estamos todos no mesmo organograma”, afirmou Jouvelot. “Agora os subscritores de grandes riscos fazem parte de uma empresa que vê a atividade deles como um core business.”
A aquisição deu à Axa uma presença mais forte nos segmentos corporativos em mercados como o Rio de Janeiro, e a integração ocorreu sem problemas, de acordo com o executivo. Hoje a Axa possui dez escritórios espalhados pelo Brasil.
Para Jouvelot, o investimento nos sistemas tecnológicos utilizados pela empresa e a manutenção de equipes de profissionais altamente qualificados têm sido chave para que os negócios cresçam ao mesmo tempo em que a empresa garante a robustez e a produtividade da operação.
“Em geral seguradoras que têm R$ 1 bilhão de reais de faturamento contam com cerca de 2.000 funcionários. Nós temos 420 na área de seguros”, disse Jouvelot. “Isso mostra a qualidade da digitalização da empresa, a qualidade da informática que isso requer, e a senioridade da equipe que necessitamos para conseguir tal produtividade.”
“Não acredito no sistema de ter milhares de funcionários com pouca formação e baixa produtividade ligada a uma burocracia manual. Esse não é o nosso modelo”, acrescentou. “Queremos ter poucas pessoas, mas bem formadas e bem pagas, e que têm ferramentas eficientes à sua disposição.”
Produtos massificados
Jouvelot disse que a Axa decidiu reunir na mesma estrutura tanto sua operação de seguro para empresas quanto a de produtos massificados. Isso significa que, ainda que as equipes de subscrição operem de acordo com suas especialidades, as operações de marketing e outras tarefas de apoio são comuns a todas as áreas da empresa.
“No Brasil, ao chegarmos em 2014, nós começamos diretamente desta forma”, disse Jouvelot. “Criamos um único comitê executivo e um time comercial também único. Obviamente temos departamentos técnicos especializado para as diversas linhas de atuação.”
Desta maneira, a seguradora francesa quer competir com os grandes do setor no Brasil. “Nossos concorrentes naturais são a Mapfre, a Bradesco, a Itaú, a Sul América, ou seja, as grandes seguradoras gerais”, disse o executivo. “Nós começamos com os riscos corporativos no Brasil, mas temos foco em todo o mercado. Estamos lançando mais ou menos um novo ramo a cada trimestre.”
Ele citou os setores de aviação, casco marítimo, transportes, garantia estendida, prestamista e vida como alguns ramos em que a Axa começou a operar desde que chegou ao país. “Também fechamos um negócio, por exemplo, com as Casas Pernambucanas, que chega a R$ 2 bilhões em prêmios para os próximos dois anos. Isso mostra a importância que damos ao mercado varejista para gerar negócios em seguros massificados.”
Dois em um
No sistema de estatísticas da Susep, os negócios da Axa do Brasil aparecem registrados sob duas rubricas diferentes: Axa Corporate Solutions (que reúne os prêmios adquiridos da Sul América) e Axa Seguros.
A primeira ocupa o 20º lugar no ranking de 39 linhas de seguros corporativos elaborados pela RSB, e a segunda, a 24ª colocação. A operação combinada das duas razões jurídicas fica na nona posição do ranking, com R$ 468,7 milhões em prêmios de seguros.
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