Aon alerta para alta de risco de violência política e terrorismo
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- Rodrigo Amaral
- 19 de dezembro de 2016
- Sem categoria
Derrotas do Estado Islâmico e emergência de grupos extremistas nos EUA e Europa são risco para operações internacionais das empresas, diz corretora
O risco de terrorismo seguirá em alta em 2017, um ano que também pode ver um aumento de casos de violência política nos Estados Unidos e na Europa, de acordo com a Aon.
Em seu mais recente relatório sobre o risco de terrorismo e violência política, a corretora americana também afirma que a emergência de movimentos populistas nos países ricos implica um aumento das preocupações com o tema por parte de empresas com operações internacionais.
Por outro lado, as recentes perdas sofridas pelo Estado Islâmico no Iraque e na Síria indicam para um recrudescimento dos ataques terroristas em países envolvidos nos combates contra o movimento fundamentalista.
A Aon nota que, desde o início da grande operação contra o EI em Mosul, no Iraque, até a metade de dezembro, mais de uma dúzia de atentados reivindicados por simpatizantes do movimento já foram registrados fora do Iraque e da Síria, que são hoje os principais palcos de atuação do grupo.
Neste fim de semana, dez pessoas morreram e cerca de 30 ficaram feridas em um ataque de homens armados na região turística do castelo de Al-Karak, na Jordânia. Nenhum grupo reivindicou o ataque até o momento, mas suspeitas iniciais das autoridades apontam para fundamentalistas islâmicos.
Estados Unidos
Um dos países em que o panorama da violência política e terrorismo se deteriorou nos últimos meses foi o Estados Unidos, de acordo com a Aon.
A corretora nota que, desde a eleição de Donald Trump para a presidência americana, tem havido um aumento do número de casos de crimes relacionados à intolerância e à violência política.
Além disso, o país segue na mira dos terroristas, como mostraram ataques com bombas ocultas em outubro que deixaram 35 feridos em Nova York e Nova Jersey.
Trump também cria incertezas no cenário internacional, uma vez que não está claro qual será a postura de seu governo com relação à política externa. Seu recente telefonema à presidente de Taiwan, em claro desafio à China, é um exemplo de medida imprevisível com efeitos difíceis de estimar no cenário internacional.
A Aon elevou o nível de risco de terrorismo e violência política nos Estados Unidos de “baixo” para “moderado”.
Ao todo, houve oito ataques terroristas nos Estados Unidos em 2016, calcula a Aon. Mas a corretora afirma que, apesar do aumento do risco, não há sinais de um endurecimento no curto prazo do mercado de seguros para terrorismo no país.
Populismo em alta
Outro fator de preocupação para as empresas é o crescimento dos movimentos populistas na Europa, muitos dos quais possuem um nítido viés autoritário e/ou xenófobo.
A popularidade de tais movimentos reflete um descontentamento mais generalizado que muitas vezes acaba se traduzindo em violência contra grupos específicos da população.
A Aon nota, por exemplo, que, no Reino Unido, houve um aumento estimado de 41% nos casos de violência contra minorias após a votação do chamado Brexit, em junho.
A corretora cita estimativa da ONG sueca Timbro, segundo a qual 18,5% dos eleitores europeus hoje favorecem grupos de extrema direita ou extrema esquerda.
O aumento da popularidade dos grupos extremistas já está tendo efeitos na política dos países, como a saída do Reino Unido da União Europeia, que foi impulsionada pelo partido de extrema direita Ukip.
Em 2017, existe a possibilidade de que a Frente Nacional, também de extrema direita, ganhe as eleições presidenciais na França.
Na Itália, o Movimento 5 Estrelas, de extrema esquerda, emergiu como a principal força política do país após a renúncia do primeiro-ministro Matteo Renzi, que foi derrotado em um referendo constitucional oposto pelos esquerdistas.
“Estes desdobramentos políticos no Ocidente criam incerteza e acarretam ramificações mais amplas para empresas internacionais que têm uma preocupação com riscos de violência política”, afirma a Aon.
A corretora coloca como exemplo o caso das empresas de hotelaria e turismo, que constituem o quinto setor mais visado por ataques terroristas.
Segundo a Aon, mais de 1.100 pessoas morreram em 2016 devido a ataques terroristas realizados em hotéis ou outros recintos turísticos ou nas suas imediações. As regiões de maior risco são o Oriente Média, o Sul da Ásia e a África.
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