A lavagem de dinheiro no Brasil em 61 casos reais
Coletânea lançada pelo Coaf traz investigações feitas pelo órgão de inteligência nos últimos anos
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Unidade de Inteligência Financeira ligada ao Ministério da Fazenda, lançou no final de setembro a publicação “Coletânea de Casos Brasileiros de Lavagem de Dinheiro”.
O livro, disponível para leitura na internet, consolida três coletâneas anteriores e traz casos atualizados até julho de 2016. São detalhados 61 crimes de desvios e lavagem de dinheiro trabalhados pelo órgão.
Entre outras coisas, o trabalho revela um componente sempre presente nas atividades criminosas, a criatividade. Dos 18 tipos de crimes elencados no capítulo dedicado aos desvios de recursos públicos, quatro são inéditos.
A obra tem outros três capítulos. Um dedicado aos crimes contra o sistema financeiro; outro para os que envolvem sonegação fiscal e atividades não financeiras designadas; e o último, que aborda tráfico de drogas e pessoas.
Segundo Vinícius Santana, coordenador-geral de análise tática do Coaf, o combate aos crimes demanda ação conjunta entre diversos órgãos dos poderes públicos federal, estadual e municipal. Para ele, a exposição dos casos catalogados nos últimos anos pode ter um efeito pedagógico. “Esperamos que sejam úteis como fonte de conhecimento e estímulo ações de prevenção”, escreve na apresentação de um dos capítulos.
Num dos casos que caiu nas malhas da lei, um agente público que beneficiava empresas em licitações, usava a família como laranja para justificar os ganhos escusos, que vinham na forma de venda fictícia de títulos públicos antigos, pedras preciosas ou joias de colecionador. O esquema contava com participação de supostos peritos, que superavaliavam esses itens, e de terceiros, que eram falsos compradores.
Os casos relatados mostram quais a atividades econômicas utilizadas para os desvios, os sinais de alerta que chegaram ao órgão, a descrição do desvio e um infográfico de cada caso.
Clique aqui para ter acesso à publicação do Coaf.
