1

‘Economia vai piorar antes de melhorar’, diz Mailson na ABGR

A economia brasileira vai piorar antes de melhorar, mas não há risco de que o país enfrente uma ruptura política ou que derive para um processo semelhante ao da Argentina ou da Venezuela.

Foi o que disse ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega, no discurso de abertura do XI Seminário Internacional de Gerência de Riscos e Seguros, em São Paulo.

O evento bienal organizado pela Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) começou nesta segunda-feira, 26/10, na sede da Amcham. Durante três dias, gestores de riscos, representantes do mercado de seguros e especialistas em diversas áreas vão discutir os riscos mais importantes enfrentados pelas empresas brasileiras.

Na abertura do seminário, Mailson expressou otimismo com relação ao futuro do Brasil, mas reconheceu que, no curto prazo, a economia ainda vai passar por maus pedaços.
“O Brasil tem tudo para se recuperar deste momento ruim”, disse o ex-ministro, mas acrescentou: “A situação piora antes de melhorar”.

Já foi pior

Mailson, que fundou a consultoria Tendências, afirmou que a situação da economia brasileira, ainda que grave, não é tão negativa quanto à do final do governo José Sarney, nos anos 1980.

Ao mesmo tempo, a crise política não chega ao nível de paralisação do governo João Goulart, no começo dos 1960, quando o presidente foi deposto por um golpe militar.
“Não há sinais de ruptura”, observou. “Não há nenhum risco de o Brasil encaminhar para uma situação semelhante à da Argentina ou da Venezuela.”

Mailson disse, no entanto, que serão necessários de três a cinco anos para consertar o que chamou de erros cometidos pelos governos do PT e possibilitar a retomada do crescimento da economia.

O país enfrenta dois anos consecutivos de recessão, o que não acontecia desde 1932. Além disso, em sua análise, a presidente Dilma Rousseff vai se dedicar nos futuro próximo a sobreviver no cargo apesar da sua impopularidade, sem dar a atenção necessária às reformas de economia necessita.

“Uma presidente impopular e um governo fraco fazem com que a possibilidade de aprovar reformas seja muito reduzida”, analisou Mailson.

Riscos

Na opinião de Mailson, as reformas são importantes porque a economia só vai voltar a crescer se houver uma recuperação da competitividade.

Ele também expressou preocupação com a provável perda do grau de investimento das duas agências de avaliação de crédito que ainda não rebaixaram a nota do país (Fitch e Moody’s) e com a oposição de meios políticos a medidas de saneamento das contas públicas como a aprovação da nova CPMF. “Sem CPMF a situação piora muito,” ressaltou Mailson.

Ainda assim, porém, o ex-ministro vê aspectos positivos na atual situação que mostram que o país conseguiu avanços importantes nas últimas décadas. “A situação hoje é infinitamente melhor que em 1989”, disse ele.

Segundo Mailson, a economia hoje é mais sólida do que 25 anos atrás. As instituições estão mais estabelecidas, o sistema financeiro é saudável e bem regulado, e o país desenvolveu uma classe média significativa.

Estes fatores, aliados a uma democracia consolidada, uma imprensa livre e um Judiciário independente, entre outros, indicam que o país vai se recuperar de seu atual momento.

Crise bancária e cambial

Mailson não vê risco nem de uma crise cambial nem de uma crise bancária, que em anos passados multiplicavam os efeitos de períodos de incerteza política e econômica como o atual.

“A probabilidade de isso acontecer agora é próxima de zero,” afirmou Mailson, lembrando que as reservas do governo continuam altas e o câmbio flutuante reduz o engessamento da economia.

Além disso, efeitos da crise, como a desvalorização do real, podem alimentar reações positivas como um aumento das exportações e um processo de substituição das importações.

E uma ampla rede proteção social, em que, segundo alguns cálculos, mais da metade da população conta com algum tipo de renda garantida pelo Estado, ajuda a mitigar os efeitos da crise.

Ele observou que a liderança de Dilma Rousseff é bastante pior que a de José Sarney no final dos anos 1980, o que eleva a gravidade dos riscos políticos. Mas o ex-ministro afirmou que não há razão para pedir o impeachment da presidente e que um processo de afastamento poderia agravar a situação como um todo.

“O impeachment da presidente Dilma não altera a crise econômica”, disse ele, ressaltando que o processo de afastamento de um presidente só deve ser usado em casos extremos.

Clique aqui e veja a palestra do ex-ministro.




Fusões e aquisições são negativas para comprador de seguro, diz Amrae

A atual onda de fusões e aquisições no mercado internacional não é positiva para os compradores de seguros, segundo uma das principais associações de gestores de risco do mundo.

Segundo a Amrae, que reúne os gestores de riscos da França, a redução do número de empresas no setor pode acabar resultando na redução da capacidade para alguns produtos e, consequentemente, aumento de preços.

“Consolidação do mercado jamais é bom para os compradores”, afirmou um porta-voz da associação durante um briefing com a imprensa em Paris.

O setor de seguros e resseguros viu uma série de operações de fusão e aquisição nos últimos meses, com grandes empresas do setor buscando adquirir rivais de menor tamanho a fim de aumentar suas fontes de crescimento de prêmio.

As operações incluem empresas com importante presença no mercado brasileiro, como a aquisição da Chubb pela Ace, da Catlin pela XL, ou da unidade latino-americana da RSA pela colombiana Suramericana.

Analistas consideram que a onda de aquisições está sendo alimentada pela abundância de capital nos países desenvolvidos, pela busca por presença em mercados emergentes para compensar a estagnação do crescimento de prêmios em economias mais maduras e pelo longuíssimo mercado brando.

O comprador manda

Esse último fator, pelo menos, parece que não vai mudar tão cedo, de acordo com a Amrae.

A associação publicou nesta semana seu mais recente estudo sobre o estado do mercado de seguros corporativos na França e na Europa, no qual constata que os preços das coberturas adquiridas pelas empresas estão em baixa ou estáveis pelo 11º ano consecutivo.

“Não vemos nenhum desenvolvimento notável no mercado”, afirmou o porta-voz da associação, observando que é difícil portanto dizer que os preços tocaram fundo.

A associação chegou à conclusão que apenas um pequeno grupo de linhas de seguros está apresentando aumento de preços eu endurecimento de condições, e em geral devido a fatores pontuais, e não pelas condições gerais do mercado.

Por exemplo, os seguros para frotas de veículos estão em alta há vários anos devido a persistentes resultados técnicos negativos no mercado francês. Setores como a gestão de resíduos e alguns tipos de agronegócio enfrentam altas taxas de sinistralidade, e os preços por esse motivo tendem a subir.

Mas há setores como as coberturas contra atos terroristas que, apesar de recentes ataque ocorridos mesmo na França, apresentam queda de preços graças à abundância de capital que chegou ao segmento nos últimos meses.

Segundo a Amrae, os preços das coberturas de terrorismo chegaram a apresentar 40% de redução nas mais recentes renovações de programas de seguro.

Por outro lado, a associação afirmou que as coberturas contra riscos cibernéticos ainda aparecem não ter evoluído a um ponto que satisfaça ao grosso dos compradores de seguros.

A Amrae constatou em seu levantamento que apenas 15 das 40 maiores empresas listadas na Bolsa de Paris já contrataram apólices contra o risco cibernético.




ABGR discute desafios da gestão de risco em encontro internacional em SP

Cristiane França Alves, presidente da ABGR.
Cristiane França Alves, presidente da ABGR.

A Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos (ABGR) realiza na próxima semana, de 26 a 28 de outubro, seu XI Seminário Internacional de Gerência de Riscos e Seguros. Trata-se do mais importante evento da área no Brasil e um dos maiores do mundo.

Os organizadores esperam reunir mais de mil pessoas no encontro, que terá 24 painéis temáticos, 58 palestrantes e mediadores e patrocínio de 23 empresas.

De acordo com a presidente da ABGR, Cristiane França Alves, a programação buscou cobrir os temas que são os principais desafios do setor atualmente, no Brasil e no mundo.

Daí que os painéis de discussão e debate vão tratar de assuntos que encabeçam a pauta dos gestores de risco dos principais mercados, como seguro D&O, corrupçãoriscos cibernéticos, fusões e aquisições de empresas, riscos ambientais, além de crise hídrica e outros temas fundamentais para a gestão da área.

“Os riscos hoje estão cada vez mais complexos e interligados, trazendo situações desconhecidas e interferindo em todas as atividades de uma empresa, desde a aquisição de matéria prima até a entrega final ao cliente”, afirmou Alves.

A presidente lembra que crise econômica, conflitos civis, terrorismo, mudanças climáticas e avanços tecnológicos fazem parte do dia a dia da profissão em todo o mundo. “No Brasil, tropicalizamos todas essas ameaças”, disse ela em carta aos participantes do evento, publicada no site da ABGR. “Diante disso, vemos o quão importante é o nosso papel na empresas. O gerente de risco não limita mais sua atuação à ótica dos riscos ‘puros’, mas percebe que pode contribuir com a gestão integrada dos riscos.”

Diante de um quadro de acelerado desenvolvimento e novidades, foram escolhidos palestrantes, de acordo com Alves, reconhecidos como de alta competência pelo mercado em suas áreas de atuação. “O mundo hoje muitas vezes apresenta situações inusitadas; precisamos de alguma forma anteciparmo-nos ao desconhecido”, afirmou ela.

Serviço
XI Seminário Internacional de Gerência de Riscos e Seguros
26 a 28 de outubro de 2015.
Das 8h30 às 18 horas.
Local: Amcham Business Center – São Paulo – SP
Rua da Paz, 1.431. Santo Amaro.
Inscrições: de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00. Encerram-se no dia 22/10, às 17h30.

Mais informações: www.abgr.com.br

 




Escândalos impulsionam ‘crescimento de maturidade’ na gestão de risco

Marcelo D'Alessandro
Marcelo D’Alessandro, da ABGR.

Os escândalos recentes e a Operação Lava Jato deram impulso ao gerenciamento de risco, à governança e ao compliance no Brasil. Vendo o potencial de estragos quase todo dia nos jornais e na televisão, um número maior de empresários despertou e busca hoje se antecipar e entender melhor os riscos de seu negócio.

Mas esse movimento, positivo para o setor e para o mercado, vem ocorrendo em meio a uma certa confusão com esses três pilares da boa administração, avalia Marcelo D’Alessandro, membro do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Gerenciamento de Riscos (ABGR).

“Está tudo misturado. Cabe um pouco ao gestor de risco mostrar as diferenças [entre as áreas]”, disse ele em entrevista à Risco Seguro Brasil. “Governança, compliance e gestão de risco têm de ser independentes e complementares. Não precisam estar amarrados.”

Apesar disso, D’Alessandro considera que o setor passa hoje por um “crescimento de maturidade” no país.

“As empresas estão muito mais abertas a entender que seus riscos podem comprometer não só o fluxo de caixa, a imagem, a operação, mas também a própria pessoa [os administradores]”, afirmou D’Alessandro, que tratará do tema em palestra no dia 28 de outubro, durante o Seminário Internacional de Gerência de Riscos e Seguros, promovido pela ABGR em São Paulo.

Juntos, mas separados

D’Alessandro recorre à teoria de administração para justificar a separação e independência entre os setores. “A governança tem de zelar pela proteção da missão da empresa; o compliance, pela conformidade das regras; e a gestão de risco por acompanhar todos as ameaças e encontrar a solução para elas”, disse.

“Os três se complementam, mas, quanto mais independente for cada um deles, melhor o outro vai se desenvolver.”

D’Alessandro acredita que a autonomia do gestor de risco é fundamental para o melhor desempenho de sua função. Daí que seria importante ele fazer parte do board da companhia e responder diretamente à presidência.

“A função não pode estar amarrada nem ao compliance nem à governança. Por quê? Porque ela é uma área independente. Ela mostra risco inclusive de uma tomada de decisão ruim da governança.”

Mercados onde a gestão de risco é mais madura, como França e Estados Unidos, trabalham dessa forma, completou ele. “A gestão de risco se reporta diretamente ao Chief Risk Officer (CRO)”, afirmou.

O gestor acredita, no entanto, que esse processo terá lugar, com o passar do tempo, também no Brasil.

“Temos um problema cultural. O presidente da empresa ainda não entende que precisa de um diretor de risco”, afirmou. “O gestor pode contribuir muito em fazer com que a presidência entenda que ele precisa estar mais ligado diretamente a ela.  Senão volta ao problema de localizar um risco e não ter orçamento para comprar o seguro adequado… Precisa ter autonomia para mostrar essas coisas ao comitê que vai analisar o problema.”

D’Alessandro vê dois setores produtivos em que esse modelo de gestão está mais à frente no Brasil:  o de laboratórios químicos e farmacêuticos e a indústria automobilística. “Eles têm um sensível destaque, mas mesmo assim ainda misturam funções de auditor com gestão de risco,” disse ele.

Riscos emergentes

Quanto melhor for o desenho administrativo em que a gestão de risco vai se desenvolver no Brasil, mais condições terão os profissionais para enfrentar desafios cada vez mais sérios.

Os riscos emergentes são um bom exemplo. Para D’Alessandro, eles representam o ponto mais sensível para o setor nos próximos anos.

“Todas as empresas sofrem ataques cibernéticos”, exemplificou. “Mas tem muita gente mandando pessoal de TI embora. Não vai ser o gestor de risco, com um martelo de Odin na mão, que vai resolver esse problema. As duas áreas precisarão atuar juntas para mitigar deste problema nas companhias.”

Na parte ambiental, outra área que vem exigindo atenção cada vez maior, o diretor da ABGR considera que o país trata do assunto como se fosse “um campo de várzea”.  “Não conseguimos nem jogar o lixo no lugar certo,” afirmou.

Ele vê nas questões ligadas à responsabilidade civil fatores que funcionam hoje como intimidadores para muitos profissionais, porque há uma pressão e cobrança muito grande da mídia, exigindo dedicação crescente dos profissionais de risco.

Mão de obra e salários

Mesmo com demanda crescente, o setor tem na mão de obra e na remuneração dois de seus gargalos, considera D’Alessandro.

Há carência de profissionais com o mix de habilidades necessárias para o bom desempenho das funções: boa formação técnica no setor produtivo em que atuam, conhecimento específico de gestão de risco, fluência em inglês e conhecimento de seguros.

Sem essa “grade”, os profissionais que começam na profissão precisam aprender na prática, diz D’Alessandro. E é dessa forma que boa parte dos departamentos de risco nas grandes companhias vem trabalhando.

“Há carência de profissionais, mas há também de salários”, diz o gestor. “Quando se tem bons salários, o mercado se movimenta mais no nível estratégico do que na base.”

Segundo ele, a “escada” da profissão de gestor de risco hoje no Brasil ainda está curta, não se estende até o nível de diretoria.




Centrais nucleares enfrentam risco crescente de ataque cibernético

Usina nuclear de Angra do Reis.
Usina nuclear de Angra do Reis.

O risco de ataques cibernéticos contra usinas de energia nuclear aumenta a cada dia, e as empresas do setor podem não estar bem preparadas para enfrentar esta ameaça, de acordo com pesquisadores britânicos.

Um estudo publicado pelo Instituto Real de Assuntos Internacionais, mas conhecido como Chatham House, também alerta que o risco de liberação de radiação por meio de um ataque cibernético é remoto, porém real, e mesmo uma ação de hackers que não resulte em contaminação pode ser fatal para uma indústria que sofre constante pressão da opinião pública.

O estudo ressalta o quanto a sociedade está exposta aos riscos cibernéticos, que constituem ameaças a áreas sensíveis como os sistemas de energia elétrica e ao transporte aéreo, e que, segundo especialistas, ainda são mal geridos pelas empresas e pelo governo no Brasil.

De acordo com os pesquisadores, o risco de um ataque é crescente porque as usinas nucleares são cada vez mais dependentes de tecnologia digital vendida comercialmente, que é mais barata, mas também mais vulnerável à ação dos hackers.

A natureza um tanto sigilosa das atividades de energia nuclear, que limita o trânsito de informações sobre as ações sofridas pelas empresas, também faz com que seja mais difícil tomar conhecimento das ameaças que pairam sobre o setor.

O estudo também observa que faltam padrões regulatórios que incluam a indústria como um todo. Esses fatores combinados tornam provável que as empresas não tenham feito uma avaliação suficiente do risco a que estão expostas, segundo o estudo, prejudicando seus preparativos para lidar com ataques cibernéticos.

A situação tende a ser ainda mais grave nos países emergentes, onde há menos recursos disponíveis para investir na segurança dos sistemas de informática.

De fato, especialistas anônimos entrevistados pelos autores afirmam que, caso um grupo terrorista queira gerar preocupação global com a indústria nuclear por meio de um ataque cibernético, seu alvo mais provável seriam instalações localizadas em países emergentes e em crise política ou econômica. A Ucrânia é citada como um exemplo.

Alvos do Stuxnet

A gravidade do risco foi ilustrada recentemente por ataques cibernéticos como os realizados contra instalações nucleares do Irã em 2010 por meio do troiano conhecido com Stuxnet, afirmam os autores.

Eles notam que a sofisticada tecnologia utilizada em tais ataques hoje está bastante difundida, e sabe-se que uma usina russa foi atingida pelo mesmo troiano.

Antes disso, há casos conhecidos de outros ataques cibernéticos contra usinas nucleares na Lituânia em 1992, nos Estados Unidos em 2003, 2006 e 2008, e na Coréia do Sul em dezembro de 2014.

Mas os autores suspeitam que os incidentes são mais comuns do que chega ao conhecimento público.

Isso porque a indústria nuclear poderia ter receio em compartilhar notícias sobre ataques, a exemplo de outras indústrias, e possivelmente em um nível mais intenso devido às implicações de suas atividades para a segurança nacional dos países onde atuam.

Os autores criticam em especial a ideia de que os sistemas de informática das centrais nucleares, por questões de segurança, estão isoladas da internet comercial.

Eles qualificam este conceito de “mito” e dizem que, ainda que fosse verdade, um ataque poderia ser realizado por meio de ferramentas tão simples quanto um flash drive utilizado por um funcionário.

Além disso, várias usinas utilizam as chamadas redes privadas virtuais (VPNs) ou possuem redes antigas que estão fora de uso e foram instaladas por terceiros. Tais estruturas podem vir a ser utilizadas por hackers.

A contaminação pode chegar também por meio das empresas que fazem parte da cadeia de suprimento das instalações nucleares.

Controle velho

Os pesquisadores afirmam ainda que os sistemas de controle automatizado de muitas usinas foram desenhados nos anos 1960, quando não havia internet nem a ameaça de ataques virtuais, e são portanto inseguros por natureza em relação a este tipo de ameaça.

O caráter estratégico da indústria nuclear também faz do setor um alvo privilegiado não só para hackers e ciberterroristas, mas também na chamada “guerra cibernética” entre Estados que, de acordo com alguns analistas, se está desenvolvendo no mundo atualmente (veja aqui reportagem sobre isso do The Wall Street Journal).

A pesquisa incluiu entrevistas com 30 profissionais que trabalham no setor de energia nuclear, seja em empresas ou instituições de governo, nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Japão, Ucrânia e Rússia.

“O estudo concluiu que a indústria nuclear está começando – mas com dificuldades – a enfrentar esta nova e insidiosa ameaça”, afirma Patricia Lewis, chefe de Pesquisas sobre Segurança Internacional da Chatham House na introdução ao estudo. “O risco cibernético para instalações nucleares requer constantes avaliação e resposta.”

Entre as medidas para enfrentar esta ameaça, os autores recomendam a melhoria das práticas de gestão de risco nas empresas nucleares e o desenvolvimento do mercado de seguros para riscos cibernéticos.

Clique aqui para acessar o estudo completo, em inglês.

 




Vice da ABGR cobra apoio do mercado contra ‘vírus mutável’ que são os riscos

Vanderlei Pires Moreira
Vanderlei Pires Moreira, vice-presidente da ABGR.

Os riscos a que uma empresas está exposta são como “um vírus mutável”, que se adapta a diferentes situações e podem causar estragos onde se achava que não mais poderiam. E as seguradoras e resseguradoras, assim como a Superitendência de Seguros Privados (Susep), poderiam prestar uma ajuda melhor às empresas no tratamento deste vetor de enfermidades corporativas.

É como Vanderlei Pires Moreira, vice-presidente da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) e gerente global de Riscos e Seguros da Weg Equipamentos, analisa o setor atualmente.

O executivo da empresa catarinense, que conta com filiais em 32 países e operações em 162, será um dos palestrantes do seminário bianual promovido pela ABGR entre os dias 26 e 28 de outubro em São Paulo (clique aqui para saber mais). Trata-se de um dos maiores eventos de gestão de riscos em todo o mundo.

Em entrevista à Risco Seguro Brasil, Moreira disse que as seguradoras estão muito focadas nos seguros de bens e propriedades (as chamadas linhas de property), não cobrindo apropriadamente outros riscos que as empresas enfrentam.

“Infelizmente neste ponto, não somente o Brasil, mas todos os mercados de seguro precisam ainda amadurecer e trabalhar intensamente com seus segurados”, afirmou. “As seguradoras e resseguradoras deixam esta tarefa com os corretores e, infelizmente, caímos no mesmo ciclo vicioso.”

Ele espera, no entanto, que a recente abertura do setor de resseguros no Brasil melhore a oferta de produtos corporativos no país. “Principalmente com clausulados mais claros e objetivos, com cobertura real ‘all risk’ e sem a interferência no órgão regulador”, disse ele. “A Susep neste ponto deveria apenas fiscalizar e não atuar como hoje atua.”

Continuidade dos negócios

Gestor de risco de um empresa de alta complexidade e atuação em várias partes do mundo, Moreira entende que a definição dos riscos prioritários de uma empresa é uma tarefa complexa cujo objetivo é evitar a interrupção das atividades.

“Nem sempre é fácil mapear os riscos a que empresa está exposta”, disse ele. “Mas nosso foco é sempre a continuidade dos negócios, para que tenhamos sempre o sinal de alerta ligado para todos os riscos possíveis de serem analisados.”

Mesmo com esse cuidado, que deve ser permanente, fatores excepcionais exigem atenção mais detalhada. Atualmente, afirmou, os riscos político e macroeconômico estão emitindo fortes sinais de alerta para os administradores brasileiros.

Ele também considera que ameaças emergentes como os riscos cibernéticos, de reputação e de cadeia de suprimentos, pedem atenção especial das empresas.

“São riscos que podem abalar a estrutura de muitas empresas solidas e consequentemente redução de mercado ou na pior dos casos o encerramento de operações”, observou.

Mão de obra dá trabalho

A complexidade dos desafios enfrentados pelas empresas, além das várias crises econômicas no Brasil e no mundo nos últimos, tem impulsionado a gestão de riscos no Brasil, na opinião do vice-presidente da ABGR.

Mas a atividade ainda se encontra em grande medida restrita às grandes corporações. “A maioria das empresas ainda nem ouviu falar [da função]”, avalia.

Ainda assim, o aumento da demanda por profissionais da área significa que não é fácil encontrar no mercado o talento em gestão de riscos que as empresas necessitam. “Para as empresas está cada vez mais difícil encontrar profissionais capacitados que lidam com a gestão de riscos”, afirmou.

A Weg, por exemplo, aposta na formação de seus próprios gestores de riscos, e metade dos profissionais que trabalham no setor foram recrutados dentro da própria empresa.

Para Moreira, as dificuldades com as quais o gestor de risco tem de trabalhar também incluem o serviço prestado hoje pelas consultorias da área, que, em sua opinião, têm um foco de prestação de serviço um tanto imitado.

“Todas [as consultorias] estão focadas em riscos específicos, o que torna o trabalho demorado e custoso para a empresa que optar por essa linha”, afirmou. “É preciso buscar a consultoria correta e sempre explicar os objetivos da empresa.”




Acordo de US$ 20 bilhões é só um dos preços a pagar pela BP

Para os acionistas da petrolífera BP, o anúncio nesta semana de que a empresa chegou a um acordo para encerrar uma série de ações legais decorrentes de um vazamento de petróleo no Golfo do México pode significar o fim de uma longa batalha judicial.

Mas o acordo, que vai custar à empresa mais de US$ 20 bilhões para compensar o governo federal e cinco estados americanos, é apenas um dos preços que a empresa está tendo que pagar pelo acidente ecológico que causou a morte de 11 pessoas em 2010.

O caso da BP é ilustrativo da dificuldade encontrada pelas empresas para recuperar suas imagens depois que elas são afetadas por eventos que causam o repúdio generalizado da opinião pública.

Cinco anos depois, e apesar de um intenso esforço de relações públicas que inclui bilhões de dólares gastos para recuperar o meio ambiente – e a reputação da empresa – nas regiões afetadas pelo vazamento, a BP segue sendo alvo de críticas pelos eventos envolvendo a plataforma Deepwater Horizon.

“A BP está recebendo a punição que merecia”, disse a secretária de Justiça americana, Loretta Lynch, ao anunciar o acordo. “Esta severa punição deve inspirar a BP e seus pares a tomar todas as medidas necessárias para assegurar que nada como isso aconteça novamente.”

Mas o alto valor da punição não parece ter sido suficiente para convencer ativistas de que a empresa está disposta a evitar novos acidentes no futuro.

Ao mesmo tempo em que a empresa chegava a uma conclusão de suas pendências com o governo americano, um grupo ecológico australiano lançou uma ruidosa campanha para tentar convencer o governo do país a proibir a BP de realizar explorações de petróleo em alto mar na região conhecida como Grande Baía Australiana.

“Há apenas cinco anos, um dos piores vazamentos de petróleo da história chocou o mundo quando o poço submarino Deepwater Horizon, da BP, explodiu no Golfo do México. Agora a BP está com a mira posta na Austrália”, afirma o grupo ecológico The Wilderness Society em uma campanha contra as atividades da empresa na região.

A ONG lançou uma petição online para pressionar o governo a proibir que a BP siga que seus planos de exploração na baía, uma região qualificada como “pristina”, que serve de habitat para uma rica e única fauna.

“Se a BP seguir com seu plano, esta região previamente intocada vai estar a apenas um erro de se tornar o nosso próprio desastre do Golfo do México”, argumenta a The Wilderness Society em sua campanha. “Não podemos deixar a BP assumir tamanho risco. O dano é irreversível.” Até o dia 9 de outubro, petição online já possuía quase 23,5 mil assinaturas.

Plano de continuidade

Os danos reputacionais causados por eventos como o vazamento do Golfo do México ou, mais recentemente, a revelação de falsificação de testes de emissão pela Volkswagen são tão graves que um professor da Sorbonne sugere que as empresas disponham de um dispositivo permanente para lidar com o tema.

Por exemplo, por meio da implementação de um plano de continuidade similar aos que grandes corporações já possuem para garantir que a empresa continue funcionando mesmo no caso de terremotos, furacões e tsunamis – para não mencionar desastres ecológicos.

“Além das instalações físicas e de sistemas de informática, as empresas devem integrar em seus planos de continuidade de negócio a recuperação de sua imagem”, diz Benoît Vraie, um professor de gestão de riscos e gestão de crises da Universidade Paris I, a famosa Sorbonne.

Ele argumenta que as empresas gastam verdadeiras fortunas em marketing para consolidar a imagem de sua marca e de seus produtos. Não faz sentido, portanto, deixar que todo este esforço vá por água abaixo no caso de uma crise reputacional.

Isso implica ir além de simplesmente lançar um esforço de gestão de crise quando a imagem da empresa ou de seus produtos estiver em entredito.

“É preciso conhecer de antemão os canais de comunicação que serão mobilizados na defesa da imagem”, exemplifica Vraie.

Pontos de destaque

Para ele, o plano de continuidade de imagem deve ser adicionado ao plano de negócios e de marketing de um produto. É necessário definir quais são os aspectos que serão ressaltados na promoção do produto ou da imagem da empresa. Depois disso, deve-se desenvolver argumentos e instrumentos para eventuais anular fatores que podem agir contra os elementos que a empresa quer associar à sua imagem.

“Se a companhia ressalta, por exemplo, que um carro é ecológico, é preciso estar seguro que uma ONG não vai conseguir derrubar este argumento na primeira tentativa”, diz Vraie, observando que deixar para reagir a cada caso na medida em que os problemas surgem tende a não dar o melhor resultado.

“É preciso ter à mão, de forma antecipada, manuais técnicos e especialistas independentes em comunicação para reagir muito rapidamente e com base em documentação já existente,” afirma.

Isso não quer dizer, porém, que a empresa deve elaborar cenários específicos em que a imagem sofre desgaste. O plano de continuidade deve ter um caráter estratégico, definindo recursos e procedimentos a serem mobilizados em qualquer situação em que a imagem da empresa, ou de um produto da empresa, se encontra sob ameaça.

Vraie também recomenda que as empresas definam o pessoal que tem responsabilidade estratégica pelo plano de continuidade de imagem, envolvendo os setores de marketing, de comunicação e assuntos jurídicos, além de um representante do departamento de compliance, quando a empresa o possui.




Ataque cibernético a aviões é risco que 
não pode ser ignorado, alerta agência

Controle terrestre tem cada vez mais acesso ao comando no ar.
Controle terrestre tem cada vez mais acesso ao comando no ar.

A agência responsável pela segurança aérea na Europa alertou que um ataque cibernético a um avião constitui um risco real que não pode ser ignorado.

Em um encontro com a imprensa em Paris, Patrick Ky, presidente da Agência Europeia de Segurança Aérea (AESA), afirmou ter presenciado a facilidade com que um hacker seria capaz de acessar os controles de um avião.

O executivo afirmou ter ficado espantado com a rapidez com que um especialista em segurança cibernética, em um ataque simulado, conseguiu ter acesso aos sistemas de empresas aéras.

“Eu trouxe à agência um hacker que também possui uma licença de piloto comercial”, disse Ky. “Em menos de cinco minutos, ele já havia ingressado no sistema de controle de uma empresa aérea com um perfil de administrador.”

Depois disso, afirmou Ky, foram necessários “dois ou três dias” para que o hacker conseguisse ter acesso aos sistemas que controlavam um avião que estava no chão.

Ação coordenada

Ky defendeu que a indústria da aviação comercial deve prestar mais atenção ao tema da segurança cibernética.

Ele também disse que é necessário que o setor adote um sistema em que as informações sobre os riscos e eventuais ataques se tornam de conhecimento generalizado entre toda a indústria.

O risco tende a se tornar cada vez maior na medida em que se intensificam os processos de comunicação entre as aeronaves e as torres de controle nos aeroportos, com as últimas ganhando cada vez mais acesso aos sistemas dos aviões que estão ar.

“Este é um risco para o qual devemos nos preparar. A aviação é vulnerável”, disse Ky. “Afirmar que a aviação não está sujeita ao risco cibernético é virar o rosto [para a realidade].”

Em dezembro de 2014, cinco organizações internacionais de aviação, incluindo a Organização Internacional da Aviação Civil, já haviam publicado um alerta sobre os riscos que os ataques cibernéticos representam para o setor.

As entidades divulgaram uma iniciativa para trabalhar juntos na prevenção e mitigação dos riscos cibernéticos na aviação civil.




Reputação e cibercrime são destaques em encontro de gestores de riscos

Cartaz do encontro realizado em Veneza.
Cartaz do encontro realizado em Veneza.

A emergência dos riscos de reputação e dos crimes cibernéticos no mundo empresarial ganhou destaque nesta semana durante a reunião dos gestores de riscos europeus, um dos mais importantes eventos do gênero em todo o mundo.

Durante sua conferência bianual, a Ferma (federação de associações de gestão de riscos europeias, na sigla em inglês) também apresentou detalhes de seu projeto de certificação da profissão, uma importante iniciativa que visa incrementar o perfil dos gestores de riscos nas empresas.

Centenas de gestores de risco e profissionais do mercado de seguro compareceram a Veneza, na Itália, para discutir os temas mais relevantes para a profissão na Europa.

A corretora AON divulgou no evento um estudo segundo o qual executivos de empresas cativas afirmam que as corporações não estão dando a importância adequada para o risco reputacional, apesar de recentes casos de dano de marcas consagradas, como o escândalo Volkswagen.

As cativas são empresas seguradoras formadas por grandes corporações para reter parte de seus riscos seguráveis, transferindo-os diretamente ao mercado de resseguro. Por isso, segundo a AON, seus executivos possuem uma visão privilegiada da percepção de risco das empresas.

Em uma pesquisa divulgada há alguns meses pela corretora, realizada com gestores de riscos de empresas globais, os riscos de imagem e reputação foram elevados ao topo das ameaças enfrentadas pelas companhias.

Mas o relatório apresentado em Veneza afirma que apenas 44% dos diretores executivos e não-executivos das cativas afirmam que o risco é o primeiro de suas prioridades.

A corretora observa que é provável que haja uma tendência para aumentar a percepção da gravidade do risco reputacional devido ao impacto de casos como o escândalo da Volkswagen e a ação de mídias sociais e outras formas de comunicação.

“Por outro lado, é altamente provável que os executivos das corporações não estão conscientes do impacto do risco reputacional nos resultados de uma empresa”, afirma a AON no estudo. “Eles tendem a acreditar que a reputação corporativa somente exige atenção quando há um desastre de relações públicas.”

De fato, 70% dos executivos chefes de empresas cativas entrevistados pela AON acreditam que o risco reputacional segue negligenciado no mundo empresarial.

Riscos cibernéticos
Outro risco que vem sendo subestimado, de acordo com a AON, são os cibernéticos.

Entre as empresas entrevistadas na pesquisa, apenas 58% afirmaram que já realizaram uma avaliação de sua exposição a este dano.

A falta de ênfase é refletida em outra pesquisa divulgada em Veneza, desta vez pela corretora Marsh, a respeito do mesmo tema.

Segundo a Marsh, muito ainda precisa ser feito para que a identificação e a gestão do risco cibernético pelas empresas atinja níveis satisfatórios.

A empresa entrevistou empresas europeias para avaliar a sua percepção do risco cibernético, e concluiu que 8 entre 10 dos entrevistados possui um entendimento que é, na melhor das hipóteses, limitado sobre esta crescente ameaça.

Um total de 43% das empresas entrevistadas afirmaram que não identificaram os cenários em que estão expostas ao risco cibernéticos, e 62% não possuem uma estimativa no dano financeiro potencial que um ataque cibernético lhes pode causar.

Certificação
As pesquisas divulgadas em Veneza reforçam a crescente importância do trabalho do gestor de riscos nas empresas, e também o elevado nível de preparação que os profissionais do setor necessitam ter hoje em dia.

É com o objetivo  de certificar que os profissionais da área estão preparados para desempenhar este difícil trabalho que a Ferma lançou um projeto de certificação europeia da função de riscos.

Para receber a certificação, que tem o título de “Rimap”, abreviatura para Risk Management Professional, os profissionais passam por um processo de avaliação calcado em quatro itens básicos: conhecimento da gestão de riscos, experiência profissional, educação continuada e um código de ética.

O objetivo é certificar, para outros setores do mundo corporativo, que o professional que detém um título Rimap está qualificado para desempenhar com alta qualidade as funções de gestão de riscos.

“Hoje, há uma forte expectativa dos stakeholders sobre a gestão de riscos”, disse Michel Dennery, membro do conselho da Ferma e um dos idealizadores da certificação, durante o evento. “É por isso que nós criamos a primeira certificação pan-europeia de alto nível da profissão do gestor de riscos, que vai atender a estas expectativas.”

A certificação é reconhecida nos países cujas associações nacionais são membros da Ferma. Interessados poderão se inscrever para as avaliações a partir do ano que vem. Há dois níveis em que o título pode ser concedido, o básico e o avançado. O custo do processo de certificação é de €200 para o nível básico e €300 para o avançado, com um custo anual de €100 depois que o título é concedido.

Um dos objetivos da certificação é elevar o perfil da profissão, que enfrenta em todo o mundo o desconhecimento de suas funções por outras categorias profissionais e por um caráter difuso das atividades desempenhadas pelo gestor de riscos.

Outras regiões do mundo estão buscando seguir o exemplo das associações europeias. A Parima, que reúne gestores de risco da Ásia, está trabalhando com a Ferma para lançar sua própria certificação.




Fraudes são exemplo de má gestão de risco e governança deficiente, diz jornal

Em reportagem de página inteira na versão impressa, o jornal Valor Econômico analisa hoje (7/10) os problemas de governança e gestão de riscos que levam empresas como Enron, Worldcom, GM, Sadia, Aracruz, Petrobras e agora a Volkswagen a sucumbirem às más práticas para inflar seus resultados.

As fraudes, diz o jornal, são exemplos extremos de governança deficiente e sistemas de controle ruins. Citando estudo da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), lembra que más condutas de funcionários não estão restritas a um número pequeno de companhias e que 70% das fraudes podem comprometer 5% do faturamento das empresas vítimas.

“Uma política de sinal vermelho para os riscos em uma empresa, portanto, pode significar sinal verde para os investidores”, diz o jornal, em texto do repórter Sérgio Tahuata.

A matéria do Valor evidencia que gestão de risco avançada traz melhor desempenho financeiro, rentabilidade e resiliência do negócio. Clique aqui e veja a reportagem completa (só para assinantes do Valor).

O jornal ainda mostra que os riscos que mais preocupam as empresas brasileiras são os relacionados a alterações regulatórios, de acordo com levantamento da AON. No resto do mundo, a principal preocupação é com “danos à marca”.